quarta-feira, 22 de junho de 2011

O resistente, por mão humana deixou de resistir e...desapareceu!

Fiquei em choque; quando ao estacionar o meu veículo no local do costume junto ao Parque Verde, após lhe abrir o portão da mala para soltar os meus cachorros; ao verificar que um logro de árvore que resistia às agruras do tempo mas, atacado de morte, por fungos e outros organismos vivos já lá não estava. Coincidência ter fotografado a dita árvore, há tempos atrás, com intuito de publicar aqui um texto sobre a bravura de tão forte resistência a uma morte mais que declarada.
Esta árvore, quase sêca, ainda apresentava vestígios de vida pois, novos e tenros raminhos com folhas nasceram na base do seu pé. Impressionante como se debatia fortemente contra a morte mais que anunciada!

Aquele inicial estado de choque (sou um amante de árvores), deu lugar a uma letargia e consequente racionalização de ideias em aperceber-me que finalmente o sofrimento chegou ao seu término! Que triste é quando uma árvore morre!

Contudo, lá vai o coração falar mais alto...tenho em mente que o fim do sofrimento foi antecipado por mão humana ao decepar o infeliz exemplar! O resistente deixou de resistir por mão humana...Pergunto-me, não teria sido melhor deixá-la estar em pé, quanto mais não seja, pelos ninhos de Pica Pau que se viam no seu tronco? A ditosa, tinha um aspecto quase fantasmagórico (mesmo assim belo) contrastando com as demais suas vizinhas e apresentava cortes no topo, prova de que já anteriormente teria sido amputada em tronco e membros. Não teriam sido estas podas radicais (tantas e tantas vezes feitas) motivo para o seu acelerado falecimento? Se aparentava ser um perigo para as pessoas, visto ocorrer numa zona frequentada por muita gente (Parque Verde), foi bem abatida mas, presumo que não, porque o que restava do seu caule ainda lhe dava bastante consistência! Enfim...deixêmos a razão falar e consolarmo-nos com o facto de que o sofrimento terminou...e deixou de representar um hipotético perigo para os transeuntes.

Fotografia tirada ao fantasmagórico resistente, onde se podiam ver ainda alguns poucos sinais de vida vegetal...No cimo do tronco, uma pequena circunferência negra, atestava a existência de ninho de Pica Pau. Podem-se ver ainda alguns ramos e o tronco amputados, sinónimo de podas anteriores!

Pormenor dos novos ramos e nova folhagem que nasciam do pé da árvore. O resistente, ainda resistia a uma morte anunciada...impressionante o milagre e força da vida! Foi isto que me impressionou tanto, que me deu a ideia de prontamente agendar data para publicar um texto neste blogue. Foi tarde de mais...mas ainda lhe poderei prestar homenagem!


Passados dias, eis o que resta do resistente...


O cerne já nem existia e o que restava do tronco estava fortemente atacado por fungos e outros organismos...a morte vinha lentamente...

Ao longe, agora vê-se o que resta do resistente...


Terminou assim a saga de algo que nos brindou anos a fio com oxigénio e sombra, a quem não foi permitido morrer como aquilo que era, uma árvore...as árvores morrem sempre de pé, nós não!

2 comentários:

  1. Amigo Sérgio, acabo de "dar uma olhada" pelo Blogue que desconhecia e só posso dar os meus parabéns, não só, pelos temas marcadamente ambientais que trata e que a todos devem fazer mover, mas em especial pela divulgação, de Lanheses, que apesar de ser terra aparentemente um pouco esquecida, só poderá prosperar com um desenvolvimento harmonioso e sustentado, com respeito pelas pessoas pelas suas tradições e pelo espaço que as envolve.
    Grande abraço

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  2. Obrigado pelo conforto das suas palavras, caro Zé, que somente me motivam ainda mais a trabalhar em prol da divulgação da "nossa" terra, que como tive oportunidade de lhe dizer pessoalmente, a cada dia que passa, me fascina ainda mais. Retribuo o abraço.

    Sérgio

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