quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Campanha de Vacinação Anti-Rábica Anual em Lanheses.

Decorreu em alguns lugares da freguesia, hoje, mais uma campanha de vacinação para os animais que os Lanhesenses têm a seu cargo. Eu próprio aproveitei, contra o incialmente estabelecido, para chipar a minha  pequena Caniche, por uma questão de segurança, que, ainda não tinha esse dispositivo de identificação. É sempre salutar verificar que vários donos aderiram a esta iniciativa levando os seus animais de estimação, maioritáriamente e quase só, canídeos, para serem vacinados precavendo por isso, o surgimento de doenças várias, entre elas a contagiosa e perigosa Raiva.

Assisti à campanha de vacinação, que ocorreu no Largo da Feira, de longe (não muito) e, pude aperceber-me de variados fenómenos visuais:

O primeiro de todos e mais chocante ao olhar, foi ver vários donos chegarem à Feira, com o cachorro pela trela na mão direita  e a chibata em verga na mão esquerda...desculpem lá a sinceridade mas, lamentável de facto! Muitos destes cachorros estavam a dar o seu passeio anual!!! Haverá necessidade de os açoitar? Se o cachorro for acompanhado desde novo ou mesmo de velho e o deixem ser cão (é mesmo isto); educando-o, passeando-o e deixando-o conviver com outros cães, outros animais e com os Humanos, deixando que se socialize, o uso da chibata não será nunca necessário, então! Muitos dos donos que vi, dadas as suas atitudes, não estão minimamente preparados para ter um animal em casa a seu cargo.

O segundo fenómeno é que maioritáriamente os cães que apareceram para serem vacinados, eram cães predestinados às actividades relacionadas com a caça. Nada a opôr. Posso no entanto concluir com esta observação, que em Lanheses o cão ainda é visto como um animal que precisa ter utilidade, para o mantermos a nosso cargo e não como um animal de estimação. Como "algo" que somente tem utilidade para nos servir e não o contrário, que possámos acarinhar e estimar. Já há, felizmente, muitas famílias em Lanheses que têm o seu animal de estimação! Não sou um fundamentalista animal pois, acho também, que os cães devem ter alguma utilidade e manterem-se ocupados com alguma actividade, algum tipo de trabalho, até porque para o seu perfeito desenvolvimento cerebral, esta é uma das principais condicionantes  mas, após a vacina, pude ver muitos atados com cordas às àrvores, sinais de trânsito e até caleiras de edifícios, do acima referido Largo da Feira. Espelha o que acontece na sua maioria, quando não há utilidade deixa-se o bicho a um canto preso. Não há nada pior para um animal, do que passar uma vida inteira atado por trela a um canto da casa, só saindo (os que saiem) para servir o dono. Esta atitude tomada na Feira é reflexo, mesmo que inocente, daquilo que acontece em casa. Está errado!

O terceiro fenómeno visual que presenciei, foi a falta de respeito de muitos que aguardavam a chegada das veterinárias, para vacinarem os animais e quando aconteceu a sua chegada, sem respeitar ordens de chegada nem ninguém, amontoaram-se conjuntamente com a cachorrada em geral, o que originou um momento anárquico caricato, com algumas discussões à mistura, em total confusão e com os cães ladrando uns para os outros, num sem fim de barulho e atrapalhação... certas pessoas continuam a não ter respeito pelo próximo, como terão elas respeito pelos animais, que levavam à vacina atrelados? Já sei, de chibata na mão...

Quarto e último fenómeno que presenciei, foi o agradável facto de ver que muitos têm o cachorro como animal de estimação e o estavam a tratar bem. Estes, que se nota que têm os bichos, como aimais de estimação, eram os donos dos cães que não ladravam, não urinavam apressada e frenéticamente para marcar território em presença de tantos outros animais como eles e eram os que aguardavam serenamente a sua vez de serem atendidos. Estão devidamente socializados e sabem comportar-se! Gostei de ver!

Em jeito de conclusão e de acordo com o que presenciei, posso concluir que a vacina para muitos, é um descargo de consciência, é meramente um acto formal que leva ao impedimento do surgimento de doenças, que possam pôr a vida das pessoas em causa e não as dos animais. Por isso, muitas famílias em Lanheses, optam por lever (como sei que levam) o seu cão, gato, etc. ao médico veterinário, não sujeitando o seu animal a situações stressantes e por vezes humilhantes, como é o caso do uso da chibata...hoje na feira.

De qualquer forma, é sempre salutar que estas acções se continuem a realizar, com os Lanhesenses a aderir, como hoje aderiram, na prevenção de riscos para a saúde pública e para a saúde dos nossos animais.

Um cão feliz é um animal que solto; esgravata um buraco, suja-se todo, dá um "mergulho" nas águas do rio, persegue um pássaro, convive com outros cães e fundamentalmente, é acarinhado e respeitado, por nós Humanos! Mesmo que tenha de trabalhar...

A muitos Lanhesenses se calhar isto não importa mas, era bom que certas mentalidades mudassem um pouco...



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