domingo, 14 de agosto de 2011

Sugestão de leitura. Nova rubrica neste blogue.

Todos sabemos que um dos melhores "amigos" que podemos ter é o Livro. Neste blogue uma nova rubrica se inicia, sobre esse mesmo tema, os livros. Nestes tempos modernos a leitura, um pouco por toda a parte, foi relegada para segundo plano ou até mesmo posta de lado, causada por variadíssimos fenómenos; desde o desinteresse das pessoas em geral pelos livros; outros "prazeres", que se afiguram mais idóneos a cada um de nós e até o quotidiano stressante porque muitos de nós passámos, nem sequer lembrando-nos em tirar um tempinho livre para nós mesmos, tentando desfrutar dos prazeres da vida. Os que podem e têm tempo para isso, claro está! Ora, um dos grandes prazeres da vida (para mim e outros tantos Lanhesenses como eu) é precisamente o tirar de um tempinho, por mais infimo que seja, para pôr a leitura em dia. O hábito da leitura de um livro, de um jornal, de uma revista de especialidade, cultiva a nossa mente, fazendo com que se alarguem os horizontes da nossa cultura um pouco mais, estimulando também, o cérebro.
Pois bem, decidi criar esta rubrica, de modo a influenciar um pouco as pessoas a que leiam nos seus tempos livres, ou numa pequena parte deles, deiam atenção à leitura pois, enquanto o fazem estão a enriquecer a sua cultura geral e a aprender muito mais. Todos os meses, apresentarei um livro para ser lido, que ache, seja de qualidade e hoje mesmo passo à apresentação de um deles. Sem qualquer tipo de pretensiosismos, o que para mim pode ser bom, para outros poderá ser uma bela de uma porcaria. Tenho de salvaguardar este ponto e quem achar por bem, pode sempre discutir na zona de comentários. Sugestões claro está, também são muito bem vindas! 

O livro que decidi apresentar, é de fácil leitura, óptimo para este mês de férias em que estamos, Agosto e leva-nos como quase por magia para outros tempos, tempos dificeis onde a emigração no País era tema decorrente. Falo de "A Aldeia das Mulheres"; escrito por um professor/escritor Transmontano, Manuel António Araújo, radicado em Chaves e aborda um tema muito eloquente; a emigração que se viveu neste País, há tempos idos, onde nas aldeias do interior se via uma fuga desenfreada de homens que se faziam ao mundo em busca de condições de vida e remuneração mais satisfatórias, ficando por sua vez estas mesmas aldeias desertas deles, restando as Mulheres (que se viam de repente como as líderes das suas casas), as crianças, os velhos e o Padre. "Pousos", a aldeia retratada neste livro, fictíciamente, poderia ser uma qualquer aldeia portuguesa onde este fenómeno ocorreu massivamente e onde as mulheres juntas, privadas dos seus maridos, tiveram de fazer pela vida, muitas delas não recuperando ou revendo mais, o seu homem.


Escrito numa linguagem simples; algumas vezes rude (passível de ferir susceptibilidades), outras muito cuidadosamente, aborda temas muito interessantes, alguns bastante polémicos mas que como todos sabemos, aconteceram na realidade; desde a vida dura na aldeia sem os braços fortes dos homens para realizar as variadas tarefas do dia-a-dia, a falta de satisfação dos prazeres da carne, as relações Padre-Paroquianos/as, o matriarquismo, lesbianismo, sexualidade, emigração, desertificação do interior e capacidade de muitas mulheres em sociedade, viverem sem homem.  Nada machista, acho-o uma ode à feminilidade, onde se mostra um pouco abrutalhadamente a Mulher como um ser poderoso (a meu ver o é) que as agruras da vida não conseguem fazer vergar, nunca.

Uma sugestão em umas quantas 165 páginas, de boa leitura, onde se exalta o feminismo da Mulher, neste livro retratado (ficticiamente), numa aldeia perdida de Trás-os-Montes mas, exemplo, das muitas por este País espalhadas, num interior cada vez mais desertificado. A meu ver muito bom. Recomendo.

Sei que hoje em dia (como tudo nesta vida), os livros estão a preço muito elevado e haverá alguns que não poderão dispender de numerário para a sua compra mas, aceitem esta minha outra sugestão, se não estou em erro (corrijam-me se assim o estiver a fazer mesmo que inocentemente) mas, mensalmente temos (e muito bem) em Lanheses a Biblioteca Itinerante, acontecimento cada vez mais raro num País que vem a desprezar largamente a Cultura, onde por um preço bem mais baixo se podem alugar este e, outros livros.

Boas leituras...


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