A FESTA no MILHEIRAL. Em fotografias e em videos.

O dia amanheceu soalheiro, a chuva  que de noite caíu persistentemente, deu tréguas e os Lanhesenses numa inequívoca manifestação de solidariedade para com a causa a abraçar (seja ou não criticável) a obra do Centro Social e Paroquial de Riba Lima (as receitas revertiam em favor), aderiram massiva e muito entusiásticamente à FESTA no MILHEIRAL! Uma massa sem fim de gente, mais a fazer lembrar uma grande romaria do que um evento desta natureza, ocupou a vasta e bela área do Parque Verde, junto ao Rio Lima, em Lanheses, onde entre animada cavaqueira e com muitas cantigas e alegria à mistura, se dispuseram a conviver, novos e velhos, partidários e apartidários, de todos os quadrantes da nossa sociedade, num dia que se revelou no mínimo FANTÁSTICO! Esta é realmente a palavra (a meu ver) mais que certa para descrever o dia que se viveu ontem em Lanheses...FANTÁSTICO! Não há palavras que o possam descrever!

Uma incrível moldura humana, como atestam as fotos e o mais que lotado parque destinado ao parqueamento automóvel!

Estas imagens por si só, atestam o extraordinário sucesso que o evento alcançou! Definitivamente, Lanheses fez as pazes com o Rio, com a Veiga e abraçou aquilo que de mais belo (desculpem não me cansar de o dizer) tem para oferecer, a área envolvente da margem do Rio Lima. O Parque Verde então, vale...ouro!!! Desde a parte sul, ou seja da zona do Relvado dos Pinheiros Mansos até ao Bosque das Coladas (junto ao "Olho"), não havia mesa que não estivesse ocupada por um grupo de Lanhesenses mais suas famílias em alegre piquenique...a festa era mesmo isto, um Piquenicão!

Mas o convívio não foi só comes e bebes; foi cultura, foi música, foi educação ambiental (muito bem organizada no Bosque de Linhares), foi teatro, foi exposição animal, foi olaria (essa arte tão nossa de cozer e moldar o barro, a cair cada vez mais no esquecimento), foi dança, foi concertinas e cantigas em grupo (vários grupos aqui e ali a cantarem ao som desse instrumento, também ele tão nosso, das gentes do norte, a concertina e o acordeão), foi divertimento sem fim para a miudagem (desde ateliês até insufláveis), foi bombos, foi teatrinho de marionetas (para mim um dos números mágicos do dia...lindo); foi verde, foi vermelho, foi amarelo, foi azul, foi Sol, foi tudo...foi fantástico...foi belo! 

O Grupo de Bombos de Santa Marta de Portuzelo.

A miudagem delirou...

Uma imagem cada vez mais rara nos dias de hoje...com muita pena minha!

A chamada "terceira idade", que a meu ver de terceira não tem nada, executando um número muito belo.

Uma das pessoas que mais prezo em Lanheses (entre outras), a Dona Inês, o verdadeiro retrato daquilo que ainda é a mulher alto-minhota! A ela lhe presto a minha homenagem, por ser um dos seres humanos mais extraordinários que conheci até aos dias de hoje!

As danças no Palco do Milheiral...

Momento engraçado, com toda a malta a dançar KUDURO...

Um pequeno pormenor, todos os horários dos espectáculos foram escrupulosamente cumpridos, qual pontualidade britânica, de modo a cumprir as tais apregoadas, nove horas e um quarto...Excelente!

Não se esqueceu nesta festa, nem o rio, nem a nobre arte que é o teatro, aqui representada pelo grupo oriundo da cidade Invicta, PANMIXIA, numa alegoria às lendas sobre o Lethes, o rio do esquecimento, o nosso Rio Lima! A peça teatral - Memória do Limia, onde para além dos actores, também participavam, caretos, cabeçudos e marionetas.

Mestre "Caninhas" movimentado o belo e chamativo Água-Arriba, para servir de cenário à peça teatral que ocorria no Cais do Lima. Por momentos, todos os olhares se desviaram para a monumentalidade deste barco quando se move nas águas do rio.

Os animais fizeram parte da festa e muitos estiveram em exposição, desde vacas, porcos, galinhas, patos, cabras e ovelhas. Um pormenor sensibilizou-me bastante; tal como eu, muitos foram os Lanhesenses que levaram os seus amigos de quatro patas a passar o dia juntamente com os donos, em festa. Realmente uma nobre atitude!

No Bosque de Linhares, tratou-se a componente ambiental, numa exposição que mostrava os bioindicadores de qualidade ambiental em quadros pormenorizados, o posto de observação ambiental e exposição sobre práticas de tratamento de resíduos domésticos, esta última com esculturas muito bem conseguidas, feitas com materiais considerados devolutos mas, como a própria mostrou podem sempre vir a ser reutilizados. Excelente e o local escolhido, paradisíaco!

O Bosque de Linhares.

Indicadores de qualidade ambiental!

Não atirem ao "Olho" o que não faz falta...reutilizem, como bem exemplifica a imagem!

No Bosque das Coladas, ocorreu um número mágico, de uma beleza incrível. Longe vão os tempos em que os teatros de marionetas, encantavam as populações, por onde os grupos de circo e teatro, os saltimbancos passavam para animar as mesmas e arrecadar, também, alguns tostões! Lindo número a que, como eu, muitos puderam assistir!

A doce magia do teatrinho de marionetas.

Pormenor dos artistas, vistos por trás, na movimentação dos bonecos.

Ora, festa que é festa, não esquece também as suas crianças e variadíssimas eram as actividades para eles e elas, de mais tenra idade. Desde o famoso insuflável, até aos ateliês de pintura e expressão musical, paredes meias com a observação dos animais, compuseram esta área destinada aos mais novos.

Cá estão elas, as crianças, sarapintadas e felizes, na FESTA no MILHEIRAL.

Tempo agora de nos voltarmos para a parte sul do recinto da festa e ver as tendinhas, a olaria, as pessoas a assistirem aos espectáculos, a tasca, etc, etc.

O símbolo de, local com água potável.

Placas indicativas dos variados locais onde se executariam os números artisticos.

Um amigo, que muito estimo, apanhado distraído encostado ao "sacholão" gigantesco mas, desta vez, não para trabalhar...(risos)

O palco onde maioria dos espectáculos ocorreram. O Palco do Milheiral.

A Feira das Tendinhas, onde variados produtos se vendiam ao público presente, no Relvado dos Pinheiros Mansos.

A olaria, essa tão nobre arte, cada vez mais em desuso...infelizmente!

Um dos sítios mais alegres e castiços do recinto...a tasca...

O Manel e a Maria, tinham de estar presentes na Festa...para quando o atelier de elaboração de Gigantones e Marionetas, em Lanheses...???

Enche a pança português...não há nada como a tasca, qual restaurante de luxo, qual  pizaria, qual quê!!! Já são tão raras nos dias de hoje...

Um ilustre Lanhesense e estimado amigo também, Sr. Remígio, autor de um importante blogue sobre Lanheses, aqui retratado em farda a rigor para actuar num dos números da festa. A ele e ao seu grupo, os meus parabéns pela grande jovialidade que apresentam.

As concertinas e cantares ao desafio, junto à tasca e em outros vários locais do evento, mostrando que a festa é nossa, a festa é portuguesa, a festa é castiça e como tal, Lanheses e as suas gentes não fogem aos usos e costumes alto-minhotos, onde imperam a alegria e a amizade, onde no milheiral, no Parque Verde e até em outros locais, se canta, se dança, se bebe, se come e se mostra o bairrismo e orgulho de pertencermos a uma freguesia como Lanheses. Foi um dia excepcional!!!! FANTÁSTICO!!!

Uma última foto, mesmo caindo no risco de a pessoa visada não vir a gostar, pois sei que não gosta de protagonismos (espero que me perdoe) mas, dois homens há, que me marcaram profundamente (acompanhei de muito perto o realizar dos trabalhos para que tudo ficasse operacional e foram precisos vários dias, muitas horas e muitos kms percorridos, por vezes a pé) pelo forte dinamismo e empenho pessoal a que se entregaram para que este evento tivesse como teve, tanto sucesso e corresse tão bem; o da fotografia, Ezequiel Vale, o outro, José  Alberto Amorim. A meu ver as gentes de Lanheses, tal como eu, em pé, os deveriam aplaudir pelo esforço incansável e sobre humano a que se entregaram na realização desta que foi a FANTÁSTICA FESTA no MILHEIRAL! À sua equipa, abraço reconhecido, também!

Publicamente lhes deixo a minha homenagem e a minha salva de palmas!!! Bem hajam e Parabéns!

A fasquia agora, está bem mais alta mas provaram, pelo menos a mim e outros tantos como eu, que estão mais que habilitados a realizar evento ainda maior, para o próximo ano!

Lanheses assim o espera e disso tenho certeza!

Ficam os vídeos e até para o ano em pleno Parque Verde...

Neste vídeo, tive de saudar um concertinista conterrâneo, ou seja, da Meadela. Reina no mesmo vídeo a alegria e cá vai um desabafo hiperbolizado...é tão maravilhosamente bom ser PORTUGUÊS!!!!

Lindo, o teatrinho de marionetas!

Uma cena, cada vez mais rara nos dias de hoje do Portugal moderno! A gravar certos vídeos, confesso que me comovi...não sei porquê...!!!...mas comovi...se calhar por ver certas imagens de um Portugal perdido no tempo...

PANMIXIA - muito alegre e divertido.

Bombos de Santa Marta de Portuzelo, começava o Milheiral.

Água Arriba posicionando-se em cenário natural, enquadrado com o "palco" do teatro PANMIXIA, no Cais do Lima.

Assim, com este expressivo vídeo, dei por terminada a minha série de pequenos vídeos filmados no Milheiral. A noite já vinha a caminho do recinto e, com alegria pude testemunhar quão bela é a felicidade de um  povo simples, honesto e trabalhador, que vive numa pequena aldeia, situada entre a Serra e o Rio, aldeia pela qual me apaixonei...Lanheses...

Aldeia que levo no meu coração, de mãos dadas com a doce lembrança para sempre, da FESTA no MILHEIRAL...