domingo, 25 de setembro de 2011

Germinar bolotas.

Tarde de Domingo solarenga com pouco para se fazer, a não ser relaxar. Nada melhor que aproveitar o tempo disponível e pôr a miudagem a fazer uma experiência. Como germinar sementes de Carvalho, as conhecidas de todos nós, as Bolotas.

O clima já fez muitas delas amadurecerem e nas zonas do rio junto aos Carvalhos que por lá ocorrem, podem-se apanhar algumas das muitas que jazem no chão, ou até, tirar das árvores, embora o mais correcto seja que se apanhem do chão. Devem-se escolher as maiores pois, são as que têm mais substância, tendo em vista a sua correcta e mais fácil, germinação.

Foi o que fiz com a minha sobrinha de nove anos (os miúdos adoram estas experiências e cultivam o saudável gosto pela Natureza), fomos ao rio e ao Parque Verde, reunimos uma boa quantidade de bolotas, apanhadas do chão, e, em casa, preparamos a segunda fase da tentativa de germinar bolotas. Vamos lá ver se em breve teremos novos Carvalhos de maneira a que daqui a um ano possam ser transplantados para terreno. Carvalho porquê? Por pura e simplesmente ser uma das nossas mais emblemáticas espécies arbóreas, ou seja, autóctone. Em breve o farei com castanhas, do mesmo modo, a ver se daqui a um ano teremos novos Castanheiros, para serem por sua vez transplantados. Não sendo fundamentalista, tenho sempre preferência por espécies autóctones.

Em primeiro devemo-nos certificar que as bolotas escolhidas estão em bom estado para serem germinadas. Amadurecidas ou verdes (não importa), mergulham-se num recipiente com água e aquelas que flutuarem estão automaticamente excluídas, porque o seu interior já está apodrecido, não servindo então, para germinar.



Estão, como se pode observar, todas em bom estado pois foram "ao fundo", não flutuaram.

Em seguida, depois de limparmos de humidade as bolotas, preparamos o recipiente que as vai receber e que deve ser raso. Pomos uma camada de algodão, ou tecido em algodão, sem tratamentos químicos e humidificámos o mesmo, não ensopando no entanto. Após, depositamos no seu interior, as bolotas.



Depois de termos as bolotas, distribuídas pelo recipiente com o algodão húmido, pomos nova camada de algodão por cima, bem humidificado também e certificamo-nos que todas estão bem cobertas. Em seguida, guardamos num espaço de preferência escuro, dentro de casa, ou noutro qualquer, mas, longe da luz solar e de altas temperaturas. Regularmente de dois em dois dias, ou então diáriamente, convém ver se o algodão continua bem humedecido. E pronto, resta-nos esperar que a Natureza, cumpra com o seu dever e daqui por duas/três semanas as bolotas tenham germinado. Até lá vamos esperar.


Esta experiência de germinar bolotas também pode e deve ser feita, directamente no terreno, ou seja in situ, que, segundo os especialistas na matéria, é o mais acertado, porque as árvores que nascem deste género de germinação, são mais saudáveis, mais robustas e de melhor e maior desenvolvimento. Teorias. Na prática, ambos servem e uma vez dando resultados positivos (as bolotas têm uma alta taxa de germinação) lhes garanto que o bichinho fica cá dentro, por muitos e longos anos.

Um passatempo que é extremamente lúdico e educacional, que nos desenvolve e apura o gosto pela Natureza, pelas árvores, e, que em termos económicos tem um custo irrisório.

Esperemos então que estas bolotas germinem, de modo a passarmos à fase seguinte, a transplantação para recipientes mais fundos, com terra biológica, de modo a que, as jovens árvores se desenvolvam correctamente.

Até lá, boas experiências...

 

2 comentários:

  1. Não sendo, de forma alguma, fundamentalista, defendo, no entanto que, em vez dos famigerados eucaliptos, se deva fomentar o plantio de árvores, não tão rentáveis a curto prazo, mas que trazem benefícios enormes, quer ambientais, quer paisagisticos e, a médio/longo prazo, económicos. A nossa mata precisa de carvalhos e castanheiros e, certamente, não teremos tantos fogos...

    ResponderEliminar
  2. Folgo em saber que pelo menos mais alguém, pensa como eu. Impressionante e caricato, para além dos incendios florestais, é nas escolas nacionais ensinarem a importãncia do Eucalipto, em detrimento das espécies autóctones. Vi nos manuais escolares da minha sobrinha para este ano, que frequenta a 4ª classe. Então os Carvalhos, os Castanheiros, os Amieiros, os Ulmeiros (raríssimos),não merecem análise? Espécies autóctones e importantes como estas, nas escolas portuguesas, não são objecto de estudo?

    Como seguirá no bom caminho um País como este, que nem respeita o seu património florestal?

    Abraço

    Sérgio Moreira

    ResponderEliminar