quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Satish Kumar.

Este foi mais um dia destas nossas vidas, vividas sobre sufocante stress, motivado pelos mais variados motivos. Foi mais um dia em que milhões de pessoas ganharam muito dinheirinho, outros tantos, perderam também muito (hoje ocorreu um mini-crash bolsista a nível mundial), outros não têm nada a perder, outros tantos nada a ganhar e ainda há aqueles que hoje, também, morreram de fome! Alguns desses, crianças! Inqualificável! Este é o espelho da chamada, inteligência humana! Onde andará a verdadeira? Repugnante, no mínimo!

Pergunto?
Como se pode continuar a apostar num modelo que a cada dia que passa se mostra mais e mais falível, quase moribundo a roçar a cadaverice! Um modelo que não respeita nada, nem ninguém! O Capitalismo! O Liberalismo! Para o último tenho uma boa frase; - É tão inteligente ser-se liberalista (empreendedor) e no momento da verdade, o da liquidação de contas e pagamento de salários não havendo dinheiro para nada, somente buracos, socorremo-nos do Estado, para que haja...liquidez! Fabulosa, esta economia de fachada! - ora, como não haveria de ser bom, ser-se liberalista e empreendedor! Não há dinheiro, não importa, o Estado nacionaliza! Dá lucro? Alto e pára o baile, é tempo de privatizar!
E no entanto, este anedotário mundial, que são os tempos modernos, não abdica destes princípios; o da obtenção do lucro através da exploração do outro! É o capitalismo, no seu melhor, agora em pleno século XXI, selvagem...nem as bestas na savana são tão abestalhadas como as bestas de Wall Street, do Dow Jones, do PSI 20, do CAC e outras tantas praças onde se transaciona dinheiro, títulos. Todos os dias se borram de medo e pimba...toca a cair a pique e lá se vai a economia! São uns medricas, é o que são!Que vergonha para um bicho (nós humanos) que se acha tão inteligente, tão superior e ao mesmo tempo tão medroso, tão matreiro! Que vergonha! Qualquer coisinha nestes centros de roubo e lavagens de dinheiro, legalizados pelos vários Estados do Mundo, põe logo toda a gente engravatada a tremer; um tufãozito, pimba, lá caiem as bolsas; um ciclone, pimba, mais um tombo redondo; uma palavra mal dita de um qualquer demagogo armado em político, pumba, mais uma cambalhota tremenda! Deveremos depreender que estes gajos das bolsas são uns autênticos "cagõeszitos"...borram-se de medo de tudo...e pimba, novo tombo...isto é o capitalismo. O resto é só fachada, para que biliões de anónimos como eu e você, que está a ler estas linhas, o aceitem como única verdade! Mas há sempre outras verdades e se as há! Conheço uma que passarei a apresentar.

Dei-lhe nome ao tópico que hoje decidi criar, como que desabafo pelo que diariamente ouço nos noticiários! Confesso, começo a ficar saturado! São os Albertos João, são os buracos nas contas públicas, são os crashs da bolsa, é a falta de dinheiro, é a precariedade nas relações laborais, vigaristas e ladrões a passearem-se impunes pelas ruas do mundo, é a mais gravosa das gravosas faltas de respeito (para não lhe chamar outra coisa) em Novembro roubarem-me uma parte do meu subsídio de Natal para logo adiante virem a aprovar legislação de modo a que me possam despedir mais facilmente! Cambada de pulhas! E não me venham com a historieta que não é bem assim...ai não é? Então é para quê? Para criar mais emprego, não será certamente. Conhecendo a célebre idoneidade humana e patronal, só trará é desemprego! Analisando a economia, começo a depreender que se a mesma está falida mundialmente (e está), então uma das soluções será qualquer dia ainda termos de pagar para trabalhar. É para o que isto caminha! Bem, não me conseguindo conter em divagações, peço desculpa por isso, mas, assistir a este derrapar global enerva-me de sobre maneira! Lá vem mais uma recessão mundial a caminho! Ainda por cima quando temos ao nosso dispôr todos os meios para que o contrário aconteça! Admite-se que uns estoirem milhões, enquanto outros, por exemplo as crianças em África, ainda morram de diarreia, de fome ou de uma outra qualquer doença banal? É o Liberalismo...é, é...O único País que neste momento dá lucro (as economias emergentes), e cresce económicamente, compra divida de todos os outros (falidos que estão), é um País onde os salários praticados são baixíssimos e nem sequer se respeitam os mais elementares direitos humanos. Como pode ter chegado a esta batotice saloia o Homem Moderno? Traduzindo por outras palavras, para terem lucro uns, terá que haver prejuízo de muitos? O que é isto senão capitalismo? E os pobres Marx e Engels é que estavam errados? Pena ter existido na História Mundial, alguém como Estaline, protótipo mais que exemplificativo de aquilo que o Homem não deve ser...e que cedo se tornou!

Voltando ao tema do tópico, Satish Kumar (raio de nome esquisito, devem alguns pensar), referia-me a este nome como verdade que poderá tornar-se realidade contrapondo a verdade que se vive agora modernamente.
Adiante.
Satish Kumar é um homem com os seus magníficos 75 anos, Indiano de nascença, morador que é em Londres onde é professor no Schumacher College e discípulo de Ghandi, a grande alma, em Indiano, Mahatma. Empreendeu umas das maiores peregrinações a pé, pelo mundo e sem dinheiro, em favor da paz mundial, quando novo aos 25 anos, abdicou de tudo e se lançou numa caminhada de 13 mil kms. Inacreditável? Sim. Verídico? Totalmente! Isto sim é ser-se empreendedor! Com ele partilho muitas das opiniões de qual deveria ser a política mundial ou o caminho a que se deveria virar, abandonando em definitivo este de agora, de modo a que tudo o que disse atrás não tivesse sequer vindo a acontecer. Muitos apelidam-no de irrealista e sonhador, aos quais ele responde - Idealista eu? Ok. Mas os realistas estão a governar o mundo desde sempre e vejam no que isto deu. Várias guerras mundiais, fome, miséria, guerras no Afeganistão, Iraque e Líbia, crise económica, crise ambiental, pobreza. O nosso realismo não é sustentável. Pusemos um preço em tudo. A floresta tem um preço, os rios, a terra, a água, tudo se tornou uma mercadoria! - Verdade? É. Onde está o irrealismo desta afirmação?

Este admirável homem de 75 anos, muitíssimo bem vividos, inteligentes, coincidência conhecer outro com as mesmas características; esteve há dias atrás em Portugal a convite da Fundação Calouste Gulbenkian, para falar em Lisboa e no Porto, sobre o livro "Small is beautifull" ("O pouco é belo", numa tradução mais literária) de E. F. Schumaker; vindo de Londres em comboio afirmando que "temos de ir devagar para se chegar mais longe". Concordo na plenitude, com esta afirmação. A ânsia de tudo e a ganância, levar-nos-ão ao abismo. A sua convicção, assim como a minha, é a de que temos de abandonar este conceito errado de globalização e virarmo-nos um pouco mais para nós (produção nacional) e para a terra. Essa sim dar-nos-à  o sustento. Fala, não de uma crise mundial nem económica, mas sim de uma crise do dinheiro. Não é que o dinheiro não faça falta, faz (não sejamos fundamentalistas) mas o dinheiro deveria ser entendido como um meio para obter um fim e não ser esse fim. Nestes tempos modernos tudo se faz em prol do dinheiro (usamos as pessoas para ter dinheiro), e o dinheiro vale o que vale enquanto lhe dermos valor, serve somente para obtermos um fim, nunca deveria ser esse fim. A Natureza então, é extremamente generosa e estamos dia a dia em guerra com ela, guerra que se vencermos, dela sairemos perdedores. Um exemplo, se se plantar uma Oliveira uns anos depois ela dará de uma só semente milhares de azeitonas, isto não é generosidade? E como agradecemos? Aniquilando-a, destruindo-a (Natureza)! Temos de viver, não uma economia global, comprando tudo lá fora, importando massivamente, o que acarreta mais transportes, mais poluição e excesso de uso de combustíveis fósseis (que esgotarão um dia, estando já em declínio) mas sim, uma economia local, baseada na produção local e daquilo que a nossa terra nos dá, respeitando o Ambiente e a Natureza. A base do sucesso será essa, sem dúvida!

Para quem se interesse por este tema, deixo um link com uma entrevista a Satish, publicada na Internet, muito interessante e que certamente nos põe a pensar, pois este homem, através de palavras simples nos mostra um caminho de verdade a seguir, o caminho da simplicidade e do respeito tendo em vista o sucesso. A verdadeira verdade das verdades!



Eu já fiz a minha parte e continuarei a fazer, espero tão somente com este tópico poder influenciar algumas maneiras de pensar, é que; grão a grão enche a galinha o papo e, água mole em pedra dura tanto dá que até que fura. Havendo alguns que assim pensem e o continuem a apregoar, a insistir, possam com alguma lentidão, é certo, vir a provocar a mudança que urge na errada maneira de pensar do Homem Moderno.

Ela chegará um dia, espero é que não chegue já tarde...que mundo querem vocês para os vosso filhos? O dos Albertos João, ou o de Satish Kumar, seguindo o caminho da sustentabilidade? Acho a resposta, óbvia...façam agora, por favor, a vossa parte!

Obrigado.



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