Não sou nada crente em historietas de deuses, que vivem em lugares celestes, sentados em ricos tronos de vento e nuvens, observando a vidinha de todos nós comuns mortais. Nem nestes, nem outros deuses, nem ninfas, nem tágides, nem eunucos, nem cavalos alados (o célebre Pégaso), nem Hércules, Apolo, Marte, Júpiter, Vénus, Afrodite, Saturno, Mercúrio, Hera, etc, etc. Mas um deles há, que lhe ache piada, sem contudo acreditar na sua existência física. Deixemos enganar a mente e acreditemos por momentos, pois ele existe em cada um de nós, sempre que se toma um copito desse liquido avermelhado ou branco, a mais! Baco...Deus do vinho e das vinhas, das vindimas, Deus que em Setembro se celebrava na antiga Roma...
Tenho visto nas minhas deambulações pela freguesia vários Lanhesenses atarefados por baixo dos vinhedos a cortar os cachos de uvas, sejam tintas sejam brancas! E meus amigos, já há vinho doce e posso com satisfação desmedida afirmar, que também já enchi a pança, ou o fígado, com boas malgas desse liquido adocicado...e nem o intestino se destempera...sorte a minha, em ter um intestino calmo e generoso! (Risos).
Vinhinho novo e docinho...hummmm
Nestas balsas, ferve generosamente e nem é preciso encostar o ouvido, para se ouvir o seu ferver.
A videira, desde há muitos séculos vem sendo cultivada pelo homem.
De facto, desde há muitos séculos a esta parte, o homem soube tirar proveito da videira e da uva, que mesmo comida como fruto, dela também se extrai esse poderoso néctar, que é o vinho. Não há boa cozinha regional ou boa mesa, em que prato servido não venha acompanhado por um bom e saboroso vinho. Portugal então, é um dos grandes produtores e exportadores de vinhos, sejam eles brancos, tintos, verde ou maduros. Do Sul ao Norte, não há região que não seja reconhecida pelos seus bons vinhos; os maduros no Alentejo, os brancos a norte, o Vinho do Porto, no Douro, os espumantes de Lamego, os vinhos da ilha da Madeira, os Alvarinhos da nossa região, enfim, um sem fim de castas, têm reconhecimento internacional.
Por cá em Lanheses e no resto do País, agora que é Setembro, por baixo dos vinhedos, com trabalho mas muita alegria e cantigas à mistura se colhem as uvas e se enchem os cestos. Estamos em plena época de vindimas, estamos em Setembro, o tal mês que aclamava, no primeiro post neste blogue, referente a este mês! Em muitas balsas lanhesenses, os bagos repousam e fervem para que daqui a uns tempos, estando o liquido pronto, se possa armazenar em bidões ou então, preparar outra actividade tão tipicamente nossa e de quem produz vinho, a trasfega do mesmo, para garrafas e garrafões, o engarrafamento.
Entretanto até ao lavar dos cestos, é VINDIMA...já dizia a sabedoria ancestral dos nosso antepassados e permitam-me a confidência, agora que termino este post, vou adocicar a beiça, na maravilhosa malga que fotografei...Saúde! E viva Baco...esse sim, digno de existir como deus!
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