quinta-feira, 13 de outubro de 2011

OE 2012. Primeira análise, ainda muito a frio...

O Governo vigente, já lançou as primeiras luzes daquilo que será o Orçamento de Estado para o próximo ano de 2012. Muito à cautela, tem vindo a ser enunciado um sem fim de dificuldades, pelas quais vamos passar; quer pelo Primeiro Ministro, quer pelos variados membros do Governo, quer até, pelo Presidente da República. O mais difícil de fazer executar...consta-se!

Agora entendo a profecia Maia, para o famigerado Ano de 2012. O tão temido fim do mundo! Os antigos Maias, que tinham fama de inteligentes, mesmo sem o serem muito (justifico esta afirmação com os inúmeros actos bárbaros cometidos em inocentes seres humanos por parte deste povo sanguinário e por vezes bastante bárbaro e inculto, mesmo considerando os seus inovadores sistemas de construção e outros, vide História das Civilizações); conseguiram adivinhar, não o fim do mundo, estávamos todos equivocados mas que em 2012, um pequeno País do grande continente que é a Europa, se iria afundar e desaparecer em insolvência, para sempre! Pode o restante Planeta ficar descansado, pois, o fim do mundo será só para nós, "Tugas" e Gregos! Os irresponsáveis do eixo Sul da Europa!

Brincadeiras à parte, como cidadão curioso e interessado nestas matérias da (des)Governação Nacional, tive oportunidade de analisar um esboço das linhas mestras que comporão o documento e posso traduzir tudo numa só palavra...estão preparados...???...cá vai...CATACLISMO!

Analisando o que é proposto e transpondo para a realidade Lanhesense, estou em condições de afirmar, que a nossa aldeia vai ser uma grande vitima de um orçamento mau, aliás péssimo, que não alicerça meios de criação de riqueza e fomento económicos, apenas (vou falar portuguêsmente) vende tudo ao desbarato e o que importa é, cortar na despesa!

Como se nós, Portugueses, tivéssemos culpa da desgovernação que reina neste País, há já 37 anos! Caramba, é muito tempo!

Voltando à realidade Lanhesense, posso afirmar que sentirá de sobre maneira este orçamento, por diversos motivos. Enumero só alguns dos que me parecem mais passíveis de nos criar dificuldades. Em primeiro, a privatização dos CTT, caros amigos e conterrâneos, com os privados a gerir, digam lá adeus em definitivo à nossa muito útil e estimada agência, ou então preparem-se para pagar um preço demasiadamente alto por um serviço a roçar o imprescindível. Em segundo e sabendo que Lanheses vive também, muito há custa da restauração (cafés, bares e restaurantes), facto perfeitamente plausível e normal, com o aumento do IVA para 23% (restauração, a hotelaria fica nas mesmas taxas o lobby hoteleiro conseguiu o que queria), como sobreviverá a nossa camada empresarial que vive desta actividade? Eu por exemplo, deixarei de os frequentar, pelo menos com tanta assiduidade! Em terceiro, a nível empresarial, não consigo descortinar qualquer tipo de incentivo ao fomento económico do nosso tecido empresarial e este documento, vem dar muita importância às empresas que exportam (eu sei, eu sei, temos para equilibrar a balança económica, de exportar e não importar, eu sei), deixando todas as outras como uma espécie de parentes pobres, das primeiras. Inconcebível acontecer, ainda por cima num País cuja economia e riquezas produzidas, assenta maioritariamente na riqueza produzida pelas pequenas e médias empresas. Para estas, incentivos? Nada! Zero! (Talvez a redução na TSU). Para as outras até se fala num estranhíssimo cheque à exportação...ou seja lá o que isto significa...importa é facilitar e criar condições a mais exportações!!! Não condeno, pelo contrário, mas, e os outros? Em quarto e de modo a não alongar-me, pois ainda estamos a falar de uma análise a um hipotético documento (mas que será mais ou menos nestes termos) o fatal atentado cataclista aos direitos e regalias dos trabalhadores e pensionistas nacionais! Em  Lanheses, pelo que posso ver diariamente somos mais os trabalhadores e pensionistas do que os empregadores! Como fluirá a economia local (para nem citar a nacional) quando o nosso poder de compra se vai afundar como há muito não se via? Querem que compremos produto nacional! Como, se o nosso dinheirinho em impostos vai todo para Lisboa, aliás, para os EUA, onde está sediado o FMI!

Mas há mais!

Corta-se drasticamente em tudo! Participações do Estado na EDP (iva sobre a electricidade sobe para os 23%), GALP, PT; tudo a ser vendido. Aliás, engraçado focar aqui no blog o gigante EDP, por causa da barragem do Tua, o Governo já assinou o documento que autoriza o abate de cerca de 4000 árvores (QUATRO MIL), para que os trabalhos da citada, possam continuar! Sirva-se a EDP! Mais um elefante branco! RTP também vai, TAP e ANA igualmente, para nem falar na impensável privatização da Águas de Portugal, veja-se o exemplo de Barcelos, cujo ex autarca e maior accionista da empresa de águas municipal, pratica o mais alto preço a nível nacional, pela venda de um bem essencial á vida...siga...Ministério da Cultura já nem existe (salve-se o pagamento dominical da entrada nos Museus, esta sim, uma medida que vai salvar o País da bancarrotice a que o conduziram, estou, claro está, a ser sarcástico)...querem é investimento internacional e como dizia aqui há dias o sociólogo que muito estimo e considero um dos mais inteligentes cérebros da vida nacional, António Barreto, passando a citar -  Estamos a cair no risco de aqui a cem anos, Portugal como País independente, não existir!

Dá que pensar, não dá?

Bom, para já, o documento físico e visível, não está oficializado, mas, algumas ideias já se podem tirar daquilo que será o nosso futuro...Lanheses e os seus habitantes vão sofrer certamente as agruras de um orçamento injusto e medíocre, se calhar, na mesma proporção daqueles que estão na sua génese e acreditem, não fomos nós os cidadãos anónimos, cumpridores dos seus deveres e obrigações!

Apetece-me também através deste meu muito modesto e quase invisível blog (pelo menos para ele), responder ao dito pelo Sr. Presidente da República, quando afirmou no feriado de dia 5 deste mês, em que todos fomos para a praia e ninguém o ouviu, ou quase ninguém, que os tempos de ilusões e de vivência acima das nossas possibilidades terminaram: caro senhor, nós nunca vivemos de ilusões e acima das nossas posses e se isso realmente aconteceu, foi, para que alguns enriquecessem gananciosamente, por erro e manipulação a isso fomos levados. Já os senhores, toda a vida viveram acima das vossas possibilidades, conduzindo o Estado (todos nós) à ilusão e agora arrastam-nos a nós, cidadãos anónimos e inocentes, Estado, para o abismo, pagando uma factura aquém das nossas parcas possibilidades!

Paguem-na vocês, também!

Na minha óptica e oxalá esteja enganadíssimo, comparando com a que vem aí, a grande depressão dos anos 30, foi uma brincadeirinha de meninos de rua jogando a berlindes...e claro, Portugal, não passará incólume a esse fenómeno!

Sem comentários:

Enviar um comentário