quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A felicidade metaforizada numa pequena árvore.

Acasos da vida, quem já não os sentiu, ou presenciou. Hoje ocorreu-me um, mesmo sem contar, encontrei-me no rio com uma pessoa que considero minha amiga (não vou tocar em nomes), aliás, uma das mais conhecidas da nossa freguesia e pusemos a conversa em dia. Falou-se um pouco de tudo, desde a reforma da administração local (e os problemas que levantará a Lanheses), do rio, do Parque Verde, de Lanheses e de árvores (como não poderia deixar de ser)! Conversa extremamente agradável e qual não foi o meu espanto, quando o tema da conversa eram as árvores e se tocou nos raríssimos e autóctones Ulmeiros, o meu interlocutor me manifestou com agrado a intenção de me oferecer um dos muitos que tem no seu quintal, que devo realçar, bastante cuidado, bonito e onde abundam diversos tipos de espécies arbóreas. Em visita à sua casa pude constatar estas e outras coisas e após uns bons minutos, lá vim, feliz da vida com um pequeno exemplar envasado de Ulmeiro, para que possa, daqui a uns dias, transplantá-lo para o meu terreno.
Como diz o título do post, vim feliz para casa, acompanhado da jovem árvore. Uma felicidade metaforizada numa pequena árvore. E logo eu, confesso apaixonado por árvores, sobretudo aquelas que nos são autóctones...ando há já variados meses em busca de Ulmeiros, que por ventura possam ocorrer em Lanheses e...nada...nada de nada! Bateu-me a sorte à porta e sei agora que, pelo menos como eu, alguém se importa com estes belos e imprescindíveis seres, partilhando, algumas das minhas preferências!


Cá está o jovem Ulmeiro! Um "menino", ainda!


As típicas folhas elípticas, lustrosas e serradas.



Os Ulmeiros ou Olmos, do género Ulmus, família Ulmaceae ou até em linguagem mais corriqueira e popular, Negrilhos, são grandes árvores nativas da Europa podendo atingir os 30 metros de altura. É uma das árvores mais representativas da nossa floresta autóctone e a subespécie ULMUS MINOR, endémica da Península Ibérica. Por isso realço a sua importância e não me canso de falar nos Ulmeiros, tentando a influenciar as pessoas que conversam comigo e querem plantar uma árvore em casa, plantem um Ulmeiro!
 Esteve em declínio acentuado e ainda se encontra à beira de uma possível extinção, porque, há anos atrás um fungo que destroi os vasos condutores de água da árvore, disseminou-se e afectou de sobremaneira esta espécie, levando-a, como já afirmei, quase à extinção. Felizmente, nestes tempos modernos, parece estar a recuperar e nos campos transmontanos já se voltam a ver inúmeros exemplares de Negrilhos. Antigamente povoava grande parte do território nacional, sobretudo a norte do Tejo. A sua madeira muito bela é utilizada em marcenaria, para decoração de móveis, variados instrumentos de trabalho e artigos desportivos. É de uma cor amarelo-claro, bastante apelativa, daí advirem estes usos.

Fico deveras feliz e comovido, ao saber que por exemplo a nossa edilidade, irá apostar nestas árvores assim como nos magníficos Freixos (a quem dedicarei tópico em breve), para compor e embelezar a área do Parque Verde, onde algumas árvores menos saudáveis, ou até já muito velhas, terão de ser abatidas e substituídas por novas e, de modo a compor também, algumas áreas ainda um pouco desprovidas de vegetação! Fantástico!

Agora, feliz da vida peço desculpa, mas, vou-me ausentar e apreciar o meu jovem Negrilho, oferecido por um amigo.

Quem por acaso esteja interessado em plantar uma árvore, não me canso de o dizer, plantem um Negrilho, um Ulmeiro! A biodiversidade, o ambiente e eu, lhe ficamos muito agradecidos!




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