sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Reflorestação errada...

Para que se tirem dividendos e proveito económico de um Carvalho, são precisos pelo menos, oitenta anos de espera pelo seu crescimento...é muito tempo para que se possa considerar uma árvore útil para o ser humano! Por este e outros motivos a reflorestação do território nacional está a ser praticada de forma errónea, para tal, basta serem analisados os terrenos de cultivo por este país fora e verificaremos que a árvore mais plantada, já suplantando o Pinheiro (em segundo posto), é o Eucalipto (nada contra a espécie em questão); árvore que se adaptou muito bem ao nosso clima, oriunda dos antípodas do nosso país, Austrália e Tasmânia, mas de crescimento muito rápido e bem essencial a uma industria poderosa, a da celulose, nomeadamente neste caso, a pasta de papel branco.


Quem se vai, portanto, importar em plantar Carvalhos, Freixos, Amieiros e Ulmeiros? Árvores típicas da floresta europeia e autóctones na Península Ibérica, mas de crescimento mais lento e não tão lucrativas como o Eucalipto e o Pinheiro? Ninguém! Felizmente as mesmas, com excepção dos Ulmeiros (em forte declínio), vão ocorrendo espontâneamente.

A nossa mata florestal é o espelho da ambição desmedida e sôfrega do ser humano e muitos dos milhares de bosques ancestrais que existiam, estão hoje em dia em declínio acentuado, ou mesmo até extintos. Para quem não sabe o que é um bosque povoado de espécies autóctones, aconselho um agradável passeio à Serra do Gerês e passear a pé pela linda Mata de Albergaria! Aí teremos uma ideia do que era a floresta nacional e ancestral, antes do boom capitalista tomar conta dos nossos cérebros!

Em Lanheses a norte da autoestrada, ocorre a mesma situação e já são mais os terrenos de cultivo de Eucalipto (começo a entender porque ardem todos os anos aquelas áreas), do que de outras espécies, política errada e que está a descaracterizar a mancha florestal de Portugal, com a ignorante conivência dos sucessivos Governos da Nação, sempre servis ao grande capital!

A 23 deste mês, passado, comemorou-se o Dia da Floresta Autóctone e de acordo com a data e a salvação da floresta típica nacional, nada como solicitar a quem queira plantar uma árvore em casa, ou noutro sitio qualquer, que opte por um exemplar autóctone.


São árvores belas, de crescimento lento é certo, mas, identificativas da floresta ancestral da Península Ibérica e nacional, ajudando a preservar o que de bom e original a nossa mancha florestal tinha!

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