quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

ILEX AQUIFOLIUM.

Estamos em Dezembro, mês em que o Outono cede o seu lugar à entrada no calendário das Estações do Ano, ao Inverno; mês do Solstício de Inverno, último mês do Ano Civil e mês conotado com a quadra natalícia.

É uma excelente altura para reflectirmos e darmos a conhecer (apesar de todos o conhecermos), aqui no blogue, uma das espécies botânicas mais conotadas (também) com o referido mês assim como com a referida quadra natalícia.

O ILEX AQUIFOLIUM, ou, mais conhecido como Azevinho.


O Azevinho é um arbusto de folha persistente da família Aquifoliaceae, representante único em Portugal desta família, desde há muito cultivado para efeitos ornamentais, caracteristico e endémico das paisagens temperadas mediterrâneas europeias, onde ocorre espontâneamente até cerca dos 1500 mts de altitude.

Por ser uma espécie em que as folhas e bagas (o seu pequeno fruto avermelhado ou amarelo), persistem no Inverno, destacando-se das restantes espécies endémicas caracterizadas pela perda de folha e de fruto e por ser de uma grande beleza apelativa ao olhar, é a espécie arbustiva mais famosa ornamentalmente falando, quando chegamos ao Natal, assim como o Pinheiro. Nesta época não são raras as mesas nas nossas casas, que não estejam decoradas com ramos de Azevinho. Em termos de decoração, até existem vários artefactos onde este belíssimo arbusto é recriado em imagens, como por exemplo as toalhas de mesa a serem usadas na ceia de natal, guardanapos, lenços e outros mais.

O Azevinho é um arbusto lenhoso de madeira acinzentada e clara, de crescimento muito lento que atinge (normalmente) tamanhos entre os quatro a seis metros de altura e que facilmente ultrapassa os cem anos de longevidade. Composto de folhas verdes escuras (ou mais claras) na face superior e mais esbranquiçadas na interior, ovaladas e bordo ondulado com terminação pontiaguda (em indivíduos idosos liso) apresenta um fruto avermelhado, carnudo a que se dá o nome de drupa ou na gíria, baga. Este fruto é tóxico e se ingerido em grandes quantidades, facilmente matam um individuo adulto. Vinte a trinta bagas, atiram-nos com facilidade para o reino das almas! As suas folhas também são tóxicas! Existem varias espécies de Aves que na sua dieta, incluem em pequenas porções as drupas, para efeito meramente "gástrico". Portanto, conclui-se que a sua utilidade é meramente ornamental.

É uma das espécies mais apelativas ao ser humano e claro está, sendo vitima da sua própria e enorme beleza, está em vias de extinção e é umas das que, em Portugal, apresenta maior risco de se extinguir. Em Lanheses já reparei que alguns jardins e quintais possuem belos Azevinhos, embora continue a ser espécie que não ocorra com muita facilidade.

Como está em risco de extinção e em Portugal, é espécie protegida por lei (Decreto-Lei nº 423/89 de 2 de Dezembro), as vendas de ramos deste arbusto terão de ser feitas baseadas em cortes autorizados, mas, presumo que ninguém fiscalize a venda destes, pelo que temos de ser nós consumidores, a prevenir a sua mais que possível extinção!

NÃO COMPREM AZEVINHO, PEÇAM ANTES, A QUEM O TENHA EM CASA, UM POUCO PARA PLANTAREM NO VOSSO QUINTAL OU JARDIM!

Este arbusto pega por estaca e por disseminação de sementes, pelo que pode ser plantado no nosso jardim, vamos por isso salvar o AZEVINHO, plantando um ou mais exemplares em nossos jardins! Aqui fica lançado, o repto!

Foi precisamente isso que fiz, estes dias passados, aproveitando o facto de no jardim da casa de meus pais, ocorrerem alguns belos Azevinhos (um deles já enorme), plantei três exemplares no meu jardim, na esperança que os mesmos vinguem e aumente assim, com esta atitude, a possível propagação de uma espécie que está a desaparecer rapidamente! Para ser plantado o Azevinho não requer um solo rico em estrume, antes pelo contrário, não se adapta muito bem a solos muito ácidos, portanto, ao cavarem o buraco, não fertilizem em demasia, a terra!



Os três jovens Azevinhos, já plantados.

Para finalizar e a titulo de curiosidade o maior dos Azevinhos que conheço, ocorre junto à Igreja Paroquial da freguesia de Cristóval, São Gregório, Melgaço, onde um gigantesco exemplar ocorre espontâneo, atingindo a fabulosa marca de 14,5mts (segundo fontes da Árvores de Portugal) sendo um dos maiores e mais idosos do país. Uma óptima oportunidade para darmos um passeio com a família, aquela zona da raia fronteiriça é lindíssima e determo-nos um pouco em Cristóval admirando este colossal exemplar, digno de registo! Entre outros belos cenários que podemos admirar para aqueles lados!

Sejamos todos responsáveis um pouco mais e salvemos um arbusto que está a extinguir-se das nossas serras e do nosso território! Fauna, flora e ambiente agradecem e sinceramente, eu também!


Se alguém se interessar por este tema e porventura queira um jovem exemplar, não se acanhem é só pedir, terei todo o gosto em servi-los! Importante e que interessa é salvar este espécime!






Sem comentários:

Enviar um comentário