quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A Granja e a EN 305.

Como muitos saberão, ou quase todos, moro na Granja (um lugarejo muito aprazível) face à Estrada Nacional 305, rodeado por campos, olivais e casario lanhesense. A minha casa, apresenta-me (como costumo dizer e os muitos que a visitam) dois mundos completamente distintos. Nas suas traseiras, contemplo o campo, as árvores, as aves e, o silêncio e calma típicos, do campo. Na sua frente, desfruto do infernal que é ver centenas de veículos automóveis a passar nesta avenida em verdadeira correria, como se estivessem numa qualquer disputa, de um grande prémio automobilístico de velocidade...Insano, verdadeiramente!

Longe vão os tempos em que quando para aqui vim morar, no já longínquo ano de 2002, se via passar nesta artéria [que é uma das mais bonitas para se passear de automóvel quem siga direcção, por exemplo, a Vila Praia de Ancora] um automóvel de longe a longe e onde na sua maioria quem circulava eram os lanhesenses, conduzindo tractores no desempenho de actividades agrícolas. Era um sossego e uma calmaria extraordinários, que veio findar com a abertura do nó da autoestrada que liga Viana a Ponte e serve sobejamente a zona industrial. Quantas e quantas vezes petisquei na esplanada em frente de casa, que costumava montar na Primavera e Verão? Milhentas! Hoje em dia, já não me atrevo a isso! Tal os níveis de poluição, quer sonora, quer ambiental! Justifica-se o progresso? Justifica, claro. Para bem da comunidade e economias locais, justifica-se plenamente! Mas, para que uns, sejam beneficiados, outros são, completamente desfavorecidos e, é o que acontece aos moradores (como eu) da Granja que num ápice se viram arredados da segurança que outrora, esta artéria lhes oferecia! Os veículos, ligeiros e pesados, conduzidos por autênticos irresponsáveis e assassinos da estrada (com excepções, claro) passam a velocidades vertiginosas numa recta povoada dos dois lados por casario, ladeada por duas perigosas curvas, uma passadeira para peões (já nem me atrevo a ir a pé despejar o lixo, acompanhado dos meus cães, como o fazia muitas vezes) com muitas saídas particulares e onde muitas famílias vivem o seu dia-a-dia, mas, sem segurança nenhuma. Nestes quintais e moradias, há crianças, há animais e um sem fim de outros factores que se num ápice atravessam a estrada, uma fatalidade ocorrerá, sem que a mesma possa ser evitada, tal a velocidade que a grande maioria dos inconscientes que circulam nesta estrada, impregnam aos seus veículos! É de bradar, ver um certo tipo de classe condutora, os camionistas (que deveriam ser ainda mais cautelosos que os outros), conduzindo veículos de cerca de 40 toneladas ou mais (quando carregados) a velocidades suicidas, que à sua passagem, levantam milhares de grãos de pó no ar, abanam com tudo, não respeitam ninguém e até apitam furiosamente para que as pessoas se afastem; não esquecendo o barulho ensurdecedor que estes veículos (apanágio do bom Português) normalmente velhos e em mau estado, sem qualquer tipo de segurança e com cargas acima do estipulado por lei (eu sei muito bem do que é que estou a falar, lido com camiões e cargas todos os dias), provocarão a qualquer momento uma tragédia, na nossa linda avenida!

A famigerada recta...num raro momento de ausência de tráfego.

Após esta curva, existe uma passadeira!!!!

 
Por tudo isto, lanço um apelo à nossa Edilidade, ou melhor, uma sugestão! Caso acompanhem o blogue! Não seria correcto e preventivo que se colocassem lombas redutoras de velocidade (daquelas bem altas, não daquelas em pvc ou fibra plástica que normalmente não servem para nada a não ser ficarem danificadas com o passar do tempo) nesta artéria? Vou exemplificar. Há tempos atrás dois camiões cruzando a estrada junto a minha casa, não embateram porque um, instintivamente, foi à valeta; se por acaso enterra um dos pneus no campo do vizinho que está a uma cota mais baixa que a Nacional, certamente viria embater contra o meu muro, varrendo tudo na frente tal a sua velocidade! Queria ver depois, quem iria assumir responsabilidades! No momento fiquei petrificado! Que inconsciência!

Algo tem de ser feito, para que esta manifesta falta de qualidade de vida seja de novo reposta, como já o experimentei em anos anteriores, embora saudosos e longínquos...

Entretanto vou continuando a gozar este barulho ensurdecedor e deveras desagradável, que vai diáriamente ocorrendo na Granja e esta manifesta falta de segurança!

Convido, desde já e com velado prazer, quem quiser; a vir tomar um cafézinho a minha casa em "hora de ponta" e apreciar o espectáculo dantesco que ocorre neste segmento de recta da EN 305, que foi um dia, uma estrada calma e segura...

Hoje em dia é uma autêntica armadilha, que a qualquer momento vai detonar!



2 comentários:

  1. Caro amigo Sérgio Moreira:
    Levantou uma questão no seu blog, muito, mas muito pertinente. Aliás uma questão que já não é nova e mesmo no passado já se falou muito dela. É deveras vergonhoso o que se passa nesta estrada. Uma tremenda falta de civismo da parte da maioria dos automobilistas, leva a que circulem a velocidades estonteantes, numa localidade cheia de saídas para a estrada e onde o perigo reina a cada minuto. Uma autêntica guilhotina que pode cair a qualquer momento. Como o
    português só funciona com base na repressão, não era tempo de fazer algo antes que uma tragédia aconteça?
    Eu como morador sinto-me lesado nos meus direitos pelo facto de viver junto a esta "pista".
    E ainda por cima temos o azar de ter esta infernal recta, onde um corropio de ultrapassagens perigosas são uma constante, e nem uma simples linha contínua tem para evitar esta situação. Para não falar, como o Sérgio diz e bem, numas eficazes lombas que ponham cobro a esta pouca vergonha.
    Algo tem de ser feito. E com urgência. Nem que seja para já um
    simples sinal de proibição de ultrapassar ou a referida linha contínua. Vamos lançar um apelo à nossa Junta de Freguesia, para que este problema seja resolvido.
    Todos nós, os moradores e não só, ficariamos muito gratos por isso.
    E também os meus agradecimentos ao Sérgio pela questão levantada no seu importante blog.
    Um abraço amigo
    Amaro Rocha

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  2. Assunto a ser falado também pessoalmente, caro Amaro. E, a meu ver deveras grave, que deverá ser em primeiríssimo lugar prevenido!

    Uma tragédia qualquer dia ocorrerá...

    Abraço!

    Sérgio.

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