quinta-feira, 22 de março de 2012

Greve Geral!

Dá-me uma imensa pena ver como a Esquerda portuguesa, tal como as suas congéneres europeias, vivem uma das maiores crises de identidade e de efectivos, desde as suas formações, há já muitos anos atrás! Sinto um misto de incredibilidade e nervosismo quando vejo pessoas virem à televisão, que continua muito "direitista" (claramente comprada pelo poder económico e como tal parcialíssima) não criticando em nada as políticas que este governo está a tentar implementar e não estou a falar do acordado com a TROIKA (quem pede sujeita-se), mas sim, o vender ao desbarato este país e as suas instituições (sim, as empresas serão sempre instituições com o acréscimo de responsabilidade social que detêm, mas que disso se têm esquecido em grande escala) entregando-o a privados; dá-me, como atrás dizia pena, ver pessoas a dizerem na comunicação social impropérios do tipo - acho esta greve estúpida! Uma greve não será nunca estúpida, poderá ser inoportuna, imprópria, mal projectada, enfim, poderá ser muita coisa, menos estúpida! Todos temos direito a manifestarmo-nos, uma das mais importantes conquistas do movimento ocorrido a 25 de Abril de 1974, assim como todos temos direito a trabalhar em dia de greve (cada cabeça sua sentença), no entanto uma coisa é certa, caso a greve dê frutos, todos aqueles que não lutaram e não foram defraudados no seu salário com a justificada falta ao trabalho, beneficiarão igualmente das benesses por que outros lutaram, com a agravante dos prejuízos sofridos por estes! Falar é muito fácil, agir é que é mais difícil e claro...criticar então, é de uma facilidade a toda a prova...

Ora, esquece-se muito pessoal do nosso povinho (que continua pobrinho e mal agradecido) que este direito à greve, este direito de virmos à comunicação social proferir impropérios, este direito de nos manifestarmos abertamente onde quer que seja, foi conquistado em Portugal com o profundo empenho e sacrifício da esquerda nacional! Muitos dos seus intervenientes foram sovados e violentamente torturados nas prisões nacionais de então. Muitos faleceram quando defendiam o inalienável direito à liberdade de pensamento e de verbalização! Todos, mas todos, eram de esquerda! Só depois apareceu a direita e convenhamos, em tão oportuna altura...a Social-Democracia que Sá Carneiro defendia, da qual não sou, nem nunca serei partidário, mas que compreendo e em certos pontos até concordava, pelo menos com a preocupação social; está hoje enterrada. Temos um governo ultra-liberal composto por um PM neo-liberal e por um MF ultra-neo-liberal...e assim não vamos lá! Vamos vender o país todo, é isso? Vamos todos emigrar? A despesa do Estado não pára de aumentar e ninguém faz nada? Vamos permitir o despedimento fácil e injustificado sem que lutemos primeiro pelo contrário? Vamos nós trabalhadores, receber menos, para que outros bastante mais abastados recebam ainda mais? Vamos ceder nos direitos adquiridos com as importantes conquistas de Abril? Vamos morrer porque a saúde está cada vez mais cara, não a podendo muitos já pagar e, até (estupidamente) disso já se faz negócio? Vamos entregar a água, bem essencial à vida, ao mercado privado? Vamos continuar a encher os bolsos dos Mexias e dos Catrogas, deste país, sem que lutemos por uma divisão correcta por todos das mais variadas riquezas que deveriam ser usadas no estado social? Para que descontamos em impostos, para se construírem caríssimas e inúteis autoestradas ou para financiar BPN´s?
Por tudo isto e por muito mais, a greve geral, não é de modo nenhum estúpida e ineficaz como se diz (é antes, uma manobra de inequívoco manifesto) e para os mais incautos, aqui fica uma dica - uma greve geral se bem concertada e amplamente participada pelos cidadãos, pelo povo (que somos todos nós), derruba um governo em três tempos! Da minha parte aderirei a todas as greves, contando que sejam preparadas tendo em vista a luta contra o capitalismo selvagem que vivemos nestes tempos modernos...

Por tudo isto me custa ver como os cidadãos que beneficiaram das liberdades pelas quais as esquerdas tantos e tantos anos lutaram, lhes virem agora as costas!




Estúpida, uma greve, nunca o será...tenham lá santa paciência...principalmente a senhora que na TV vociferou o impropério...analisando a sua tez, com certeza tem já uma idadezinha e presumo, se é que nunca emigrou ou fugiu, tenha vivido em tempos que se dissesse tamanha violência em directo, teria logo  direito a uns quantos pares de violentas estaladas e de outras torturas, numa qualquer prisão portuguesa...hoje em dia tem o direito a manifestar-se nesses termos porque a esquerda que tantos criticam hoje em dia, por isso tanto lutou!

A esquerda pode estar em crise, mas não morreu...se calhar, quando for um velhinho em fim de vida, venha ainda a ver muitos dos que a criticam agora, a pedir o seu regresso...









3 comentários:

  1. Parabens amigo Sergio,tenho a esperanca, e essa nunca morre..mais cedo ou mais tarde "eles" irao pagar pot toda esta' balbudia' que o PSD esta e esteve sempre a tentar destuir o que de melhor a Relvolucao nos trouxe!
    Parabens pelo teu Artigo e um abraco do amigo Horacio

    ResponderEliminar
  2. E A VELHA E SÁBIA DAMA DE FERRO TINHA RAZÃO...

    Margaret Thatcher não estava errada!

    Sabe quantos países com governo socialista restam agora em toda a União Européia?

    Apenas 3:
    1.Grécia,
    2.Portugal,
    3.Espanha.
    Os 3 estão endividados até o pescoço, quase arrastando todo o bloco de países para a crise.
    Por que será?

    A esquerda não diz que o socialismo é a solução p/ o mundo?

    Como bem disse Margaret Thatcher quando 1ª Ministra da Grã-Bretanha: "o socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros"
    A frase abaixo foi dita no ano de 1931, por Adrian Rogers;

    "É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Para cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que tira de outro alguém. Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.

    É impossível multiplicar riqueza dividindo-a.”

    Adrian Rogers, 1931

    EM TEMPO:
    QUANDO SE TIRA O DINHEIRO DA SAÚDE, DA EDUCAÇÃO E DA SEGURANÇA PÚBLICA PARA ESTÁDIOS DE FUTEBOL, CONCLUI-SE A INSANIDADE DO GOVERNO.


    VERDADES, MEU AMIGO...VERDADES!!!

    ResponderEliminar
  3. Em primeiro lugar gostava de esclarecer o facto de ter publicado um comentário sob a forma de anonimato, quando tinha decidido não publicar mais aqui no meu blogue, porque os que recebo sobre esse formato vêm sempre insultar a minha pessoa (posso bem com isso, ainda hoje de manhã lá estava na caixa de correio electrónico mais um comentário insultuoso,)não trazendo nada de novo a discussões úteis, agradáveis e educativas! Este considerei-o de muita utilidade e bem escrito, que poderá lançar uma discussão educada e fundamentalmente constructiva!

    Em segundo lugar concordo com o anónimo em certos aspectos que refere na sua mensagem, mas não se esqueça de uma coisa, esses países que enumera e ousaram um dia ser grandes, misturando-se com estes inocentemente, foram também governados por sociais-democracias, um deles, o nosso, durante muitos anos e o que se viu? Um país a ser vendido ao desbarato...ambos têm culpa no cartório, lá isso têm socialismo e social-democracia, mas quem desgovernou o que já estava desgovernado? Claro está, os interesses privados de muitos que vieram prejudicar gigantescamente todo um colectivo! Esta concordará é de todo também uma verdade!

    Portanto posso concluir que Adrian Rogers também pode ser posto em causa, mutíssimo mais as políticas da Senhora Thatcher, que levaram o Reino Unido a uma recessão sem par, pagando ainda hoje custos por ser governado por alguém que seguia o pensamento de Rogers e outros neo-liberais, que não importa para aqui referir.

    Se à riqueza produzida andarmos sempre a subtrair e nunca somar, um dia a mesma estará a zero...

    SE CALHAR HOJE EM DIA ROGERS PENSARIA ASSIM!

    Concordo plenamente consigo, quando diz que somos um país de Estádios de Futebol e adianto mais também; somos um país de Expos, de autoestradas sem utilidade nenhuma, de betão armado e sem um Ministério da Cultura...é o que somos!

    Quanto a Adrian Rogers, tenho dúvidas que o mesmo tenha dito isso, pois em 1931 estava ele a nascer e a tal experiência socialista que o mesmo senhor quis realizar nunca aconteceu, sei no entanto que morreu riquíssimo, riqueza que acumulou com a Igreja Adventista da qual era um famoso pastor, sendo também um ultra-conservador de direita e que se irritou quando alguns dos fieis começaram não achar correcto que toda a riqueza da dita "Irmandade" fossem parar sempre aos mesmos bolsos enunca distribuída! São verdades...

    Obrigado pelo seu comentário educado e construtivo, tenho pena é de não saber com quem estou a falar!

    Cumprimentos

    Sérgio Moreira

    ResponderEliminar