Para ti minha Lanheses,
mesmo sabendo-me forasteiro...
contra ventos e reveses
por ti sinto ...
este amor, que é verdadeiro...
E não minto
ao cantar
e não finto
o teu ar...
em ti me vou aflorando
como chama em lume brando!
Em ti me deixo reter
ao mirar o casario
começando a descer
desde o cimo da aldeia
aos confins e ao pé do rio,
tal e qual uma alcateia
que com fome
desce a serra
que para si um cordeiro tome
retirado desta terra,
e versejando o teu nome!
E depois há sempre o rio
e depois há sempre a veiga
e depois há sempre um fio
entre as veias, muita seiva...
tal arbusto a reluzir
resplandecente e verde ao Sol
que vem sempre seduzir
e em mim nota si bemol...
Para ti minha Lanheses,
porque tu também, já és minha
porque te conquistei um lugar,
quando vim como andorinha
que bem cedo e a madrugar
aqui construiu uma casinha
para uma vida ancorar...
verdade que o é, e somente minha!
verdade que o é, e somente minha!
Não sabendo o futuro
mas sabendo planear...
sabendo-o que é duro,
sabendo-o que é duro,
ao contrário da Andorinha
este não deseja emigrar,
porque em ti minha Lanheses,
esqueço todos os reveses
esqueço o frio e o suor
esqueço dores que por tantas vezes
me causam tanto torpor...
E porque o sentimento é verdadeiro
eu não minto e não me envergonho
ao contrário, de muito matreiro,
digo -para mim continuas o sonho!
Sonho do qual não quero acordar
sonho bom e muito doce...
-ai como é bom assim sonhar!
mesmo que assim não o fosse!
Este é para ti...minha querida Lanheses!
do autor Sérgio Moreira
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