Sábado, após almoço, deitado no sofá enquanto me dou à preguiça do "dolce fare niente" típico de quem descansa depois de mais uma semana de trabalho decido-me por ouvir uma música enquanto fecho os olhos e me dou ao luxo de nada fazer, deixando o corpo e a mente relaxar. Ponho-me a navegar por várias áreas musicais e detenho-me na clássica, talvez, uma das melhores para quem pretenda relaxar, deixando funcionar na plenitude só um dos sentidos, o da audição. Escolhi, Ravel, e a sua composição mais fantástica e também, mais conhecida, neste caso Bolero, obra musical de único movimento para orquestra. Parto pela Internet em busca de algo mais completo, dado que este andamento tem sensivelmente 16 minutos na sua totalidade e deparo-me via "Youtube" com este peça magistral de uma orquestra ao ar livre conduzido pelo renomeado maestro de naturalidade Argentina e ascendência judia, radicado em Berlim há já alguns anos e casado, que foi, com a não menos conhecida violoncelista Jacqueline du Pré (uma vida trágica), Daniel Barenboim.
Fenomenal o modo como os músicos se dedicam ao seu instrumento, com tanto amor, perfazendo num só, executante e instrumento, um compasso de harmonia. Excelente a postura do maestro, não fosse ele um dos mais galardoados a nível mundial e extraordináriamente inquietante (no mínimo) como esta peça, vai crescendo ritmadamente, instrumento a instrumento, para no final terminar num coro imenso de sons somados entre todos os vários instrumentos tocados na mesma. De referir q beleza que é ver o público, sentadinho no chão deliciando-se com o desenrolar do andamento musical! Assim se vê, em silêncio, o alto nível cultural de uma assistência!
Gostei, por isso partilho com gosto!
Bolero, de Ravel conduzido por Daniel Barenboim.
Magistral, quer para relaxar, quer por antónimo, acrescer a excitação na alma! Esta dicotomia é uma das grandes virtudes da música clássica!
Deitadinho no sofá, ao som desta peça musical, o corpo espreguiçando-se, só tem a agradecer!
Bom resto de Sábado...
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