segunda-feira, 7 de maio de 2012

Um mar amarelo!

O forasteiro detêm-se...detêm-se por breves instantes, não conseguindo controlar a ânsia de se imiscuir entre o verde e o enorme mar amarelo de malmequeres que debrua a paisagem...segue em sua direcção...aninha-se...sente os odores característicos de terra e erva molhada, típicos da Primavera; estende uma mão, roça-a ligeiramente por cima das ditas flores, sentindo-lhes a finura, sentido-lhes a fragilidade no topo da sua coroa, perscruta a paisagem confirmando que está só, ele, o mar e o arvoredo e então, num gesto puro de resoluta languidez mergulha maravilhado neste mar amarelo...uma águia vem do céu, curiosa, observar o que ele anda a fazer, que estranho corpo ali no campo rebolando por entre aquela mancha amarela, besouros fogem assustados, se calhar pela tamanha descomunalidade do corpo estranho, fugindo a uma morte, mais que certa, por esmagamento, enquanto as gotas de água que tombam em catadupa do céu, dão uma trégua e, num preguiçoso esgar, um raio de sol ilumina a sua face e o mar se torna ainda mais amarelo...


















Saciada a sede deste mar, ergue-se, diz adeus à águia e ao besouro, despede-se da paisagem bucólica...perscruta uma vez mais o silêncio sepulcral que brota deste imenso mar e volta à vida mundana, seguindo o caminho de terra batida, que circunda o arvoredo...é tempo de voltar a casa, deitar, adormecer e ter sonhos próprios de menino...




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