quarta-feira, 18 de julho de 2012

Rostos...de tempos idos...(parte final).

Em conversas com algumas pessoas, alguns lanhesenses, reitero uma vez mais a minha condição de forasteiro; obtive informações preciosas acerca destas festividades, como o são as Festas de Lanheses.

Desde os momentos difíceis por que passaram, limitando-se a festa ao realizar de meros formalismos religiosos, aos prejuízos que várias vezes a sua realização originou, cobertos por emigrantes brasileiros, até ao avivar da tradição e ampliar a festividade de novo ao lado profano nos idos anos 60-70, muito por "culpa" do falecido Padre Manuel Araújo Franco de Castro, as festas em honra do Senhor do Cruzeiro e das Necessidades estão aí bem vivas, em pleno século XXI, para que, oxalá, perdurem pelos tempos!

Neste último post sob o tema -Rostos...de tempos idos...- publico mais uma série de fotografias onde são retratados vários lanhesenses, vários rostos anónimos, que fizeram com o seu labor com que esta festa se perpetuasse pelos anos e anos! Aproveito também para publicar aqui neste espaço virtual, alguns documentos do extinto jornal da aldeia "Voz de Lanheses", onde em vários artigos são referidas e analisadas estas festividades, quer pelo lado negativo, como acima referi, quer pelo lado positivo, em alguns artigos deveras interessantes de serem analisados e para os mais saudosistas, relembrados! Memórias de tempo idos...é certo...feitas de, e por, ROSTOS...lanhesenses!




Um dos momentos altos da festividade, como nos dias de hoje; a arrematação dos tabuleiros preparados pelas gentes dos vários lugares da freguesia!








Publicam-se agora, memórias redigidas em papel de tempos há muito idos, mas que urge lembrar, preservar e talvez, por algumas vezes, estudar! Espero que se transformem num agradável saudosismo, mesmo que tratem alguns assuntos de natureza mais delicada, outros não, para todos os que eventualmente visualizem estas imagens que se seguem!



















Dou por terminado, então, este tema que escolhi para anteceder aqui no blogue, os dias de festa que se vão viver na nossa aldeia no próximo fim-de-semana, sem contudo antes de o findar, elogiar e publicamente agradecer ao Amaro Rocha da Taboneira, que foi de uma dedicação extraordinária, em resposta à minha solicitação, de modo a preparar um trabalho que representasse o passado desta festividade, nestes dias que antecedem as Festas de Lanheses, apresentando tempos idos, passado, mas que continua por certo, a ser presente, nas memórias de cada um de vós, lanhesenses! Ao Amaro, o  meu grande abraço de gratidão!

Não queria terminar sem também referir aquela que considero a segunda grande lacuna no cartaz das nossas festas! Ontem referi a primeira, relacionada com a realização de uma semana cultural nestes dias da semana que antecedem o fim-de-semana das festas; para hoje desenvolver então a segunda.

Sendo Lanheses uma aldeia riquíssima em termos etnográficos e culturais, mais a mais, uma das grandes aldeias do distrito de Viana do Castelo, que ainda e onde quase toda a sua existência a comunidade viveu do árduo trabalho no campo, acho uma grande lacuna no cartaz das festas não se realizar um cortejo etnográfico, onde se faça honra: à laboriosa mulher lanhesense, aos fatos de trabalhar e de domingar, ao folclore (Lanheses tem um grupo folclórico de grande qualidade), aos muitos artigos relacionados com a agricultura e pastorícia, à extracção do estanho, onde se mostre o trabalho inerente ao linho, às tapeçarias, à olaria (lanheses é terra barrenta, vermelha e onde se fizeram um dia boas telhas); basta ver neste campo (a olaria) que um dos carros alegóricos mais aclamados pelo público, aquando dos desfiles do cortejo etnográfico em Viana do Castelo ser precisamente o carro de Lanheses, com o seu gigantesco pote em barro e as moças trajadas com o típico traje de mordoma! Penso haver pano para mangas neste capítulo e, tenho pena, que realmente não se aposte neste novo número, para figurar no cartaz da festividade. O Sábado seria o dia ideal, onde em termos de cartaz e analisando-o, haveria ali uma ou outra hora em que se poderia perfeitamente enquadrar um número desta qualidade e desta grandeza! Um número onde Lanheses se mostrasse orgulhosa de si, do seu passado, do seu presente e os seus aldeões orgulhosos de a esta comunidade pertencerem e nela com orgulho participarem! E sem querer desprestigiar a tradicional e imponente Procissão de Domingo.

Como já li em algum lado, festas não se fazem com conversa de "chacha" mas antes de grande labor e enorme espírito de sacrifício, sem esquecer, claro está, o empreendedorismo necessário e inerente a cada um de nós; mas de algumas conversas e ideias de "chacha", surgiram algumas das decisões que de um modo ou de outro, quer positiva quer negativamente, influenciaram a história e os destinos do mundo, é bom  não esquecer!

Termino então, desejando a todos, depois destes dias em que me deu muito prazer estudar Lanheses e a sua componente etnográfica, (com o precioso auxílio do amigo Amaro), votos de Boas Festas e que a alegria seja o mote para mais um ano de festas felizes!


Estes são os votos do SSVSA a toda a comunidade lanhesense!

 

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