terça-feira, 24 de julho de 2012

ROSTOS...o sagrado e o profano de mãos dadas...

Chego então aos últimos posts relacionados com as Festas de Lanheses em honra dos Senhores do Cruzeiro e das Necessidades!

Domingo!
E o que há para ser dito de Domingo?

Domingo de festa será certamente um dos dias, senão o dia, maior do ano para a nossa aldeia! Um rol sem fim de sensações se perfilam pelos nossos sentidos numa inebriante caldeirada de palavras, gestos, cores e sons, onde o sagrado e o profano unem mãos para que este se torne no dia referência destas festas!

O dia "acordou" soalheiro e quentinho o suficiente logo de manhãzinha cedo, para que entendêssemos que o mesmo iria aquecer de sobre maneira, em termos climatéricos! São Pedro desta feita, aliou-se aos seus "irmãos Santos" celebrados na Paróquia de Santa Eulália de Lanheses e brindou esta aldeia com um tempo verdadeiramente típico de Verão!

A alvorada começou ruidosa com o troar dos foguetes que rebentavam violentamente no céu azulado de Lanheses.

Assim o dia se iniciava!

Houve então tempo para o sermão e para a celebração da Eucaristia em honra dos Senhores do Cruzeiro e das Necessidades, para que toda a comunidade crente e praticante aderisse, na Igreja Paroquial e ao qual após, começavam os preparativos para o número maior desta festividade, a Procissão em honra dos já referidos Senhores!

Num ápice a Feira, Largo Capitão Gaspar de Castro, se enche de povo anónimo, assim como as ruas da aldeia por onde o séquito religioso irá desfilar, cativando lugar destacado, para que nada escape ao olhar de cada um dos muitos anónimos que assistem a este desfile de cariz extremamente religioso e de extrema fé! A autoridade policial corta o transito na EN 202! As varandas das várias moradias situadas nas ruas por onde passará a procissão, estão já engalanadas com lindas colchas em sinal de respeito, homens e mulheres vestem uma das suas melhores fatiotas, guardadas no roupeiro de propósito para estas ocasiões e aos poucos, os lugares da aldeia se vão enchendo de povo, se vão enchendo de rostos, para verem outros tantos rostos que desfilarão representando a fé católica e honrando aqueles por quem se celebram estas festividades...

Sob um tórrido Sol de Julho, o autor do blogue, quis captar a majestiosidade deste número eclesiástico, o maior que se realiza em Lanheses, e de Fuji em punho, aguardou pela chegada do cortejo religioso, à Feira, o grande cartão de visita desta linda aldeia que é Lanheses! Ao longe, sem poder avistar, chegava-lhe aos ouvidos o som do rufar dos tambores da Fanfarra dos Bombeiros de Ponte da Barca em aviso de que, breve, ao virar da curva quem vem do Centro Escolar de Lanheses e do mítico edifício da Casa do Povo, a procissão estaria a passar pela objectiva da sua câmara fotográfica...não sem antes experimentar o delicioso que é, sentado por baixo de uma frondosa tília, à sombra da mesma, abrigado deste Sol forte de Julho, ouvir cânticos gregorianos, saídos das colunas colocadas em vários postes da Feira. Que delícia para o sentido da audição!!!

 A Feira, ganhou nesses momentos, uma atmosfera bem diferente daquela que lhe é habitual...














Eis então que ao longe e ao fundo, três figuras, encimando o séquito religioso, um homem ao meio e a pé, ladeado por duas figuras imponentes, dois guardas montados a cavalo, deixavam antever que a procissão estaria em breve a passar pela objectiva da câmara do autor do blogue! Era chegado o momento de abandonar aquela tília tão frondosa, tão acolhedora com a sua sombra, para enfrentar o Sol tórrido e clicar no obturador da Fuji, retratando os rostos daqueles que fazem as festas de Lanheses!

Deixo agora a "palavra" à Fuji, e em silêncio, como se impõe nestes momentos, deixo as imagens falarem por si...rostos...rostos de uma comunidade que saiu à rua para prestar homenagem e vassalagem aos Senhores seus Mártires e Santos, Senhor do Cruzeiro e das Necessidades.


























Onde vais ó mulher lanhesense,
orgulhosa no teu trajar?
Com teu rosto, belo e fino
envergando traje de Domingar!







































































































Nestes rostos vejo dor,
pesar e sofrimento,
rostos que pedem clamor
e ao seu Senhor, pedem alento...









E assim as almas correm
em silêncio e meditação,
bem aventurados os que pedem
por consolo e absolvição...

A Fuji desliga-se, o autor do blogue desce do palanque improvisado nuns degraus em betão que existem num dos cantinhos da Feira, para assistir ao desfilar de todos estes rostos que em silêncio, oração e profunda meditação, seguem o séquito religioso...em direcção à Igreja Paroquial.

Estes rostos, são os rostos que fizeram a festa e com a Fuji em punho, o autor do blogue quis tão e somente homenageá-los, retratando-os, num desenho pintado em fotografia dando mostra de quão é grande o sentido e fervor religiosos, desta comunidade que é a comunidade lanhesense!

Cabisbaixo e pensativo, o autor do blogue, a distância considerável daquele cortejo imponente, seguiu também ele em direcção ao recinto festivo, ao adro e à Igreja Paroquial...





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