domingo, 5 de agosto de 2012

Regresso às origens...

Sentir os cumprimentos e abraços de quem há muito já não vemos, é uma daquelas sensações gloriosas para o espírito, sempre que matamos saudades e privamos com aquele ou com aquela amiga que um dia fez parte do nosso restrito grupo de amigos, com a sua presença, quase diária, mas que agora, passados anos, os vemos somente por ocasiões festivas ou ocasiões outras mais raríssimas, de outra índole qualquer!

Este tópico retrata o meu regresso às origens, à aldeia que deixei para trás, quando me casei e escolhi Lanheses, como a minha nova moradia...

E como é bom rever a terra (senti-me um bocado emigrante é verdade) onde crescemos e vivemos por longos anos, rever os amigos, rever familiares com quem já não privávamos há muito tempo, absorver o calor das paredes daquelas casas, tantas e tantas vezes sentido por nós, calcorrear as ruelas, onde um dia, brincando, em loucas correrias de bicicleta e de carrinho de rolamentos artesanal, mas fugaz (risos), nódoas negras nos joelhos e canelas esfoladas transpirando sem cessar...fui feliz, fui menino, crescendo me fui fazendo homem!

Como é bom este regresso às origens, como é bom ver que a Meadela continua na vanguarda das festividades que um pouco por todo este verde Minho, em Agosto, se vão realizando, com o seu povo a aderir massivamente! E claro, também foi curioso e satisfatório, cruzar-me nas suas ruas com inúmeros lanhesenses que aqui chegam para testemunhar a beleza destas festas em honra da padroeira da aldeia (que já não é aldeia) Santa Cristina.

E como é doce a sensação, de no meio de tantas cabeças curiosas daquela vasta multidão, aquele indivíduo alto, de cabeça rapada, pele bronzeada, brinco na orelha, braços carregados de tatuagens, vestindo umas estranhas calças de farrapos cosidos uns aos outros, receber semelhante abraço do pároco da aldeia, Monsenhor Vilar, que viu esse menino crescer, e em parte até, responsável por uma fase da sua educação, abraçá-lo com alegria e trocar palavras revestidas de carinho, com esta ovelha tresmalhada, que largou um dia o seu rebanho e se veio juntar a outro rebanho localizado mais a Leste da freguesia à qual preside!

A Meadela é isto e, apesar de todas as transformações físicas que ao longo dos anos veio a sofrer, vergando a um progresso que nem sempre foi o melhor ou até o mais correcto (no meu entender), continuará a ser para sempre, a pequena aldeia da Meadela, das minhas "loucas" brincadeiras de infância!












É tão doce, por três breves dias, regressar às origens e absorver o que a minha aldeia em tempos, há muito idos, me faz com ternura relembrar...


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