terça-feira, 18 de setembro de 2012

Às voltas com um insecto.

Andei entretido e rodopiando arbustos e finas ervas, em voltas meio malucas com um insecto invulgar, de difícil visualização, mas que desta vez, não escapou à objectiva da Fuji, por mais que se camuflasse entre as já referidas, verdes ervas, junto ao rio Lima.
 
Quando dava a minha voltinha habitual pela veiga de repente os meus olhos detiveram-se perante a presença imponente, embora lesta, de um grande insecto que se movia lentamente na terra do caminho da veiga, junto ao Lima, tentando, quando confrontado com a minha presença, escapulir-se rapidamente para o emaranhado de verdes ervas, tal e qual como a sua coloração numa prodigiosa demonstração de mimetismo, ou seja, disfarce natural. O pobre bicho, não só não conseguiu evitar-me e enganar-me, escapulindo-se entre a folhagem, como ainda andou uns bons minutos, numa espécie de jogo do gato e do rato, ora escondendo-se, ora mostrando-se, perante a objectiva da minha Fuji. Curioso, foi o facto de não ter voado, ainda por cima, sendo um dos insectos autóctones da nossa fauna, que apresenta um dos voos mais espectaculares entre todas as espécies que polulam por estas bandas e que muitas vezes é usado como defesa aos ataques dos seus predadores naturais, entre eles os morcegos e vespas. Aproveitei este encontro particular e saquei algumas fotografias de modo a partilhar aqui no blogue, a presença sempre agradável de visualizar deste insecto. Falo do Louva-a-deus (Mantis religiosa).
 
Este curioso insecto, foi baptizado com este nome, precisamente pela postura e constituição do seu corpo que se mantém erguido nas quatro pernas traseiras (que o ajudam a saltar, caminhar e ao voo) e dois grandes e fortes "braços" dianteiros que se mantêm erguidos, mas flectidos e faz lembrar que está rezando, daí o seu nome. É um animal carnívoro, que se alimenta de outros insectos, como moscas, mosquitos, entre outros e sendo muito frequente a sua presença em jardins e canteiros que ocorrem em moradias na aldeia e junto ao campo, sendo que neste aspecto, se reveste de grande utilidade para o homem, nomeadamente no controlo de pragas, como as tão famigeradas moscas e os sempre incomodativos mosquitos. É um animal com um apetite voraz e que em poucos segundos devora a sua presa, que segura com os seus famosos braços dianteiros, começando pela cabeça para no final devorar vorazmente todo o corpo da mesma.
 
 
Em pleno caminho da veiga.
 
 
Onde está?
 
 
A sua admirável capacidade, o  mimetismo.
 
 
Quando dois machos se encontram é bom que um deles fuja, pois caso contrário o confronto será inevitável e a luta será até que ocorra a morte de um dos participantes na refrega. Uma das suas mais grotescas características naturais enquanto ser vivo, é a terrível morte do macho, quando acasalado com a fêmea, que em pleno coito devora a sua cabeça; este por sua vez acaba por morrer (claro) não sem que antes o seu corpo continue apto a finalizar o coito e em seguida, findo este, ser devorado na totalidade pela fêmea, que após este autêntico assassínio, dorme um sono relaxada na tal posição tão característica. Segundo os estudiosos, este facto permite que a postura e fecundação sejam mais efectivas e em maior grau de sucesso. Dramas da natureza e da propagação das espécies! Ainda bem que com os humanos a coisa corre de modo diferente...imagine só...uiiii! 
 
Fica o registo deste admirável animal, que na sua cabeça tem cinco olhos, um corpo extraordináriamente elegante e um poder impressionante, quando comparado e inserido no reino animal em que se insere, o dos insectos.
 
Quando vir um destes insectos no seu quintal,  não se assuste, nem tão pouco o mate, pois terá nele um precioso aliado em controlar todo o tipo de mosquedo que costuma rondar as nossas moradias!
 
 

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