terça-feira, 4 de setembro de 2012

FESTA no MILHEIRAL...foi assim!!! (2ª parte)

Eram treze horas e trinta minutos, mais segundo menos segundo, porque nestas ocasiões, quando se juntam algumas pessoas em grupo, é da natureza humana que surjam sempre algumas pequenas confusões; se deu início ao desfile do Espantalhos. Saindo do Prado dos Freixos, sem que antes a Cecília arrancasse largas gargalhadas de todos, pois ao pegar no seu Espantalho deu um tremendo de um trambolhão no chão, ainda por cima não se conseguindo levantar, tal era o riso que lhe saía da boca, depois de amparada e erguida no ar (risos) e virando à esquerda tomando a Avenida Rio Lima, lá foi o séquito avançando lentamente bafejado pelos berros e vivas da numerosa assistência que largou momentâneamente o seu lugar à mesa e afluiu à Avenida para ver este típico desfile! Senti na pele o peso da "Espantalha" da Agra, que podem crer pesava bastante...muita palha, muito tecido e uma armação em madeira, traduzem-se numa data de quilos, mesmo que, apesar da "moçoila" se apresentar bela e esguia, pesava de sobre maneira...ui ui ui...contornando o Parque Verde junto ao Pátio das Oliveiras e tomando o Passeio das Liquidambares, continuou-se desfilando com alguns dos espantalhos a dançarem no ar alegremente, sob um coro de palmas do público presente, que se notou, adorou em larga escala, este novo número incluído no cartaz do Milheiral. É sem dúvida, na minha opinião e vale o que vale, uma aposta mais que vencida por parte da organização do Milheiral e que certamente será, em edições futuras, de desenvolver! Depois do hercúleo esforço que tivemos que fazer a carregar as vedetas do dia, as mesmas retomaram de novo o seu lugar no Prado dos Freixos, aguardando pela chegada da noite e dos resultados do concurso...podem ter espantado muita passarada, mas gente, não; uma multidão de curiosos rodeou estas figuras durante todo o dia, com extrema curiosidade em ver espantalhos; artefactos que sempre povoaram o nosso imaginário, mas, com o passar dos anos e com a chegada de novas tecnologias, estão cada vez mais em desuso...uma pena, diga-se! O Milheiral fez com que ressuscitassem e em nós provocou catadupas de lembranças...FANTÁSTICO!!!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Então Sr. João, um não chega, tinham logo de ser dois?
 
 
 
 
 
 
 
 
Sempre bem dispostos...
 
 
 
 
Aguardando...
 
 
...o tremendo trambolhão da Dª Cecília...esta senhora é de uma alegria contagiante!!!
 
 
- Quem me ajuda a levantar...uiiiiiiiii...(risos)! Lá se foi a cabeça da "espantalha"...
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desfile em plena Avenida Rio Lima.
 
 
Pesadona...uiiiiiiiii!
 
 Outra das artesãs da Agra (na fotografia a da direita), apreciando o desfile...
 
 
 
 
 
 
  
 
A miudagem aderiu eufórica a este número!
 
 
Aqui, uma das artesãs da Agra, junto da sua criação...
 
 
No final...uma tremenda dor de braços...
 
 
Toca a desarmar e todos a repousar de novo, no Prado dos Freixos.
 
 
 
 
 
 
 
Foi tempo de novo, de voltarmos à mesa, após um dos números mais bonitos desta edição do Milheiral! É um orgulho ver este povo, sempre que solicitado, a aderir em massa, às pretensões que lhe são solicitadas, sempre com extremo entusiasmo e alegria contagiante. Ocorre-me dizer, olhando agora para trás no tempo e analisando a felicidade estampada no rosto de cada um, que Lanheses com gente desta, obreira, jamais se deterá no tempo...venham os "Velhos do Restelo" do costume, afirmar o contrário...o que é preciso é fazer, agir e sem dúvida, progredir, porque p´rá frente é que segue o destino de cada um e ao mesmo tempo o desta aldeia!
 
Parabéns a todos os que participaram!
 
 
Mas a festa não se ficaria por aqui e dentro em breve, quando já estava tudo de novo à mesa (não se esqueçam, este era um piquenicão, era para se comer e beber bastante...eh eh eh), eis que um som melodioso e extremamente agradável começou a preencher os ouvidos de todos os convivas...desfilando em ritmo de marcha (para isso foram criadas e utilizadas durante séculos e séculos), chegava pela Avenida Rio Lima abaixo, a Banda de Gaitas de Santiago de Cardielos, fundada em 2007 e reconhecida já internacionalmente, tal o talento dos seus executantes aliado à qualidade do som que emana dos seus instrumentos...num ápice saltei da cadeira onde me encontrava sentado e corri em sua direcção com a Fuji em punho, de modo a filmar (desta vez não era para fotografar) o desfile desta Banda de gaitas de foles, o meu instrumento predilecto, (confesso) que não me canso nunca de ouvir...ah belo som que sai daqueles tubos e daquele fole manuseado com precisão pelo gaiteiro que a dedilha com fervor e aperta suavemente o fole saindo depois aquele som tão característico e ao mesmo tempo, assim como na nossa irmã Galiza, tão e tão nosso também, das gentes do Minho...que espectáculo!!!
 
 
 
 
 
Após uma volta completa pelo Parque Verde, eis que coincidência ou não, esta Banda fantástica, se foi deter na zona precisamente onde estava a nossa mesa, a do Doro e a do Caninhas e Tio Belarmino (olha que vizinhança) e ali nos bafejou com algumas melodias bem típicas e castiças, onde não faltou, no final, o célebre "Havemos de ir a Viana" e um abraço especial ao coordenador da mesma, um conhecido meu de longa data, natural de Cardielos. Foi a loucura, com as pessoas das mesas a dançar e a cantar, numa profunda demonstração de alegria e espontaneidade, tão características das gentes do norte! Outra aposta mais que ganha pela organização ao convidar esta magnífica Banda a dar um colorido diferente e belo ao Milheiral...
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A sombra do gaiteiro, que toca a sua gaita com esmero...
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esta segunda parte finda com chave de ouro, ao som das sempre obrigatórias concertinas, neste tipo de eventos, acompanhadas de uma genial demonstração de jovialidade da parte do Tio Belarmino, que de tanto ser espicaçado por mim, lá foi a casa numa "rapidinha", buscar as suas castanholas e acompanhou os jovens executantes de concertina da Escola de Música Amadeus nos temas tocados. No seu caso, mais admirável, o facto de acompanhar de ouvido, dado que, pelo que sei, nunca estudou música! Foi um momento engraçado entusiasmante com todos a cantar e a bater palmas e que me fez comover, porque olhando este homem tocando as suas castanholas penso, velhos...ahhhhh...velhos são os trapos!!! Bravo Belarmino!
 
 
 
Bravo! Isto é Lanheses...
 
 
Continua no próximo post...
 
 
 

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