sábado, 13 de outubro de 2012

III Tertúlia - Tradições e saudade!

Foi num ambiente bastante intimista e deveras surpreendente, que decorreu esta que foi a terceira tertúlia, organizada pela Junta de Freguesia, ontem à noite, noite de sexta-feira, bastante fria por sinal no exterior, mas extremamente quente no interior daquelas quatro paredes, onde os tertulianos se entregaram com prazer ao convívio a à partilha de sentimentos.
 
Surpreendentemente e ao contrário das edições anteriores este terceira tertúlia não se realizou na bela sala da biblioteca, ocorreu antes porém, no belo salão do andar superior do edifício da Junta que está definido como auditório, uma sala mais ampla, onde as paredes (a meu ver) estão decoradas com muito bom gosto, preenchidas com materiais de qualidade e verdadeira robustez e onde se sente um nível acústico tremendo em qualidade, para que se realizem ali variados espectáculos de teor cultural, quer sejam acompanhados por música, quer sejam somente a voz! Endosso daqui, os meus parabéns aos membros que compõem a edilidade, pela qualidade com que esta sala foi projectada e erigida! Sabendo também que a mesma, ainda não está totalmente terminada!
 

 
"Às escuras", iniciando-se esta III Tertúlia, enquanto se ouvia a melodiosa voz de Ana Ferreira.
 
 
Esta mulher tem uma voz prodigiosa...
 
Esta reunião de amigos começou com o "mestre de cerimónia" o presidente Ezequiel Vale, após os tertulianos estarem devidamente acomodados nos seus lugares nas mesas decoradas com bom gosto e com algumas saborosas entradas disponíveis para serem degustadas, a dar o mote para o que se desejava que acontecesse nessa noite, proferindo discurso a condizer, quer sobre a tertúlia, quer sobre este novo espaço onde todos estávamos comodamente sentados.
 
 
Ezequiel Vale discursando.
 
 
Foi então dado início à tertúlia, onde uma vez mais os [inexcedíveis] funcionários da Junta (justiça lhes seja feita, pois merecem-no perfeitamente) começaram a servir as entradas em jeito de aperitivo, tudo regado com saboroso vinho branco e acompanhados pelo som melodioso que saía da voz lírica de Ana Ferreira e do piano por si tocado e que a acompanhava também.


Uma geração de ouro, em Lanheses! Que muito admiro!
 
 
 Mesa simpática e sempre divertida!
 
 
Rostos belos das mulheres de Lanheses...eu sei..eu sei...sou suspeito para falar!
 
 
José Alberto Amorim, dando palestra a condizer com o tema da tertúlia, ou mostrando as virtuosidades de Lanheses a um indivíduo de Paços de Ferreira...(risos).
 
 
 
 
Mesa de "Mestre Caninhas" e do amigo Hugo Rios!

 
 
Depois de saboreados os primeiros aperitivos da noite, iniciaram-se as leituras com Ezequiel a ler o primeiro texto alusivo ao tema - Tradições e saudade, seguindo-se-lhe um convidado, Sr. Manuel Hermenegildo R. da Costa, edil da freguesia de Santa Marta de Portuzelo, a ler tema alusivo também, à saudade e às suas origens, para após, Sr. Paraíso com apaixonada locução apelando às recordações de infância, terminar este ciclo de leituras.

 
 
 
 
 
 
 
 
Foi tempo então, de se fazer o primeiro brinde, o brinde mais importante, o brinde à saúde de todos e à amizade! Com vinho branco, claro!
 
Continuando, desta feita com a participação de outros tertulianos, se contaram histórias que se adequassem ao tema da tertúlia, entre elas destaco a contada pela Dª "Dete do Zé Fires" e o quanto gostava, ela e as raparigas do Outeiro em tempos de meninas, de brincarem aos bugalhinhos. Foi muito engraçado ouvir esta linda senhora, contar divertidíssima, a sua história. Estes jovens de então, brincavam com os bugalhos dos carvalhos...como o mundo mudou, de lá para cá!!!
 
  
 
Dª Dete e a engraçada história dos bugalhinhos!
 
 
Uma mesa onde reinou sempre a boa disposição.
 
 
Nova pausa e novo brinde, desta feita, um brinde desejado por cada mesa de tertulianos, com vinho branco e onde entre os vários brindes propostos, destaco o feito por Rosa Maria Franco, esposa do amigo Hélio, redigido pela mesma no local e lido com a ênfase que caracteriza esta senhora, dona de uma voz prodigiosa para declamar poesia. Muito bonito!
  
 
 
Eis que chegou o tempo do brinde com tinto e novamente em pé todos foram brindando!
 
 
Nova pausa! Momento chegado que foi de degustar o jantar, alusivo ao tema da tertúlia, neste caso como não poderia deixar de ser composto por um prato típico, rojões salteados com várias outras iguarias de porco acompanhados de arroz e regados com tinto maduro (divinal diga-se), que entretanto começou a chegar às mesas...hummmm...uma delícia, não só o tinto, como o prato escolhido e muito bem confeccionado pelo marido da professora Esmeralda, vão-me perdoar esta falha grave, mas de quem não consegui reter o nome, dando mostras de ser um hábil cozinheiro! A ele, endosso daqui também, a minha felicitação por ter mãos tão hábeis!
Claro está, tudo acompanhado pelo som melodioso e lírico de Ana Ferreira na voz e ao piano, que uma vez mais brindou os tertulianos com uma série de belíssimos temas adequados ao jantar!
 
 
Hélio Franco lendo o seu texto, adequado ao tema.
 
 
Após o jantar, voltaram de novo as leituras, falaram-se e contaram-se de novo historietas que lembraram tradições e saudade...muita saudade; onde destaco, uma contada pelo Sr. Paraíso, que me fez rir a mim e a todos os convivas...interessante...era qualquer coisa deste género: ora veja lá caro leitor, o que ocorria em tempos em que não havia Internet nem tão pouco jornais em abundância que dessem assim notícias quase in loco...como tão facilmente ocorre nos dias de hoje!
 
- Naqueles tempos de longe a longe ouvia-se alguém, não se sabe quem, tocar um corno de onde saía um som alto e potente para logo de seguida se ouvir uma voz...as pessoas curiosas, chegavam-se logo à soleira da porta de suas casas e punham-se à escuta ouvindo as palavras que chegavam pelo ar saídas da tal voz...ó fulano de tal (nomes não foram citados como é óbvio) andas a dormir com fulana de tal...
 
Confesso que fiquei estupefacto quando ouvi esta história e dei umas boas gargalhadas...ena ena...tratavam-se bem naqueles tempos...ui ui! Ou então com a história de se fazerem competições (os rapazes) de pedrada...estou a imaginar autênticos campos de batalha com as pedras voando pelo ar...
 
Tradições...que passaram, muitas outras foram lembradas e cantadas e até Ana Ferreira, desafiando as tertulianas mais afoitas, conseguiu que as mesmas cantassem, por ela acompanhadas ao piano, modinhas da época, modinhas recheadas de tradição! Lindo! 
 
 
 
Helena Brandão, lendo um poema de sua autoria.
 
 
 
 
E as modinhas de então. Este foi um momento muito bonito, protagonizado por estas lindas lanhesenses! Ao piano Ana Ferreira.
 
 
O resto da noite tertuliana foi passada em alegre cavaqueira entre todos onde enormes gargalhadas se deram com as historietas que eram contadas e com muita cantoria à mistura, havendo tempo ainda para novo intervalo para se apreciarem um variado leque de doces e suculentas sobremesas tendo esta (noite) findado, já ia alta a hora da madrugada, com mais uma interpretação magistral de Dª Helena Brandão, entoando o famoso tema "Lanheses", acompanhada pelas vozes de um coro feminino, tal como Helena Brandão, muito bem afinado. É uma delícia ouvir estas mulheres simples, mas belas, prata da casa como se costuma dizer, darem semelhante colorido e beleza a uma noite, como foi esta! Quais artistas pimbas quais quê!?! Quem precisa? Nós aqui em Lanheses, NÃO! Com pouco mas com muita qualidade, com o que temos dentro de casa se faz uma festa, uma noite, mais uma vez a roçar a magia!
 
 Belíssimo final!
 
 
 
 
 
 
Não poderia no final deste tópico, deixar uma vez mais referência a esta sala, que foi criada com extremo bom gosto, inteligência, bem decorada e acústicamente (me parece) perfeita...
 
 
 
 
Pormenor.
 
 
Capacidade acústica notável!
 
 
Parede pintada por alunos de Ezequiel Vale...soberba ideia e genialmente bem conseguida!
 
 
No final, uma palavra de reconhecimento e agradecimento para com os funcionários da Junta de Freguesia, que serviram todo o repasto, onde nada faltou, sempre solícitos a servir quem se lhes dirigia! Mais a mais, com a enormidade de quilómetros que tiveram de enfrentar ao subir e descer a escadaria de acesso à sala onde decorreu a tertúlia, no primeiro andar do edifício da Junta.
 
Aos membros do executivo, os meus parabéns, já nem preciso de grandes palavras para me dirigir a eles, pois já todos começamos a ficar mal habituados e muito mimados com a extrema qualidade com que estas noites têm vindo a decorrer, já nem sendo preciso dizer grande coisa! Ora portanto, ocorre-me dizer por exemplo:
 
 
Venha de lá então, a quarta tertúlia!  Até breve!
 
 
 

1 comentário:

  1. Meu Caro Sergio o cozinheiro chama-se Filipe ... do seu grande amigo Duarte.





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