Sentia, camarada, há muito tempo, a ausência das tuas crónicas na última página do JN, da tua poesia, da tua prosa e desse teu sorriso enigmático...descansa em paz...gato do Porto! Foi-se o corpo, mas ficará para sempre em nós uma marca tua, a marca da poesia que tanto amaste e que em nós incutiste subtilmente, assim como a tua genial obra, que se tornará com o passar das décadas e dos séculos, imortal!
"A um Jovem Poeta
Procura a rosa.
Onde ela estiver
estás tu fora
de ti. Procura-a em prosa, pode ser
que em prosa ela floresça
ainda, sob tanta
metáfora; pode ser, e que quando
nela te vires te reconheças
como diante de uma infância
inicial não embaciada
de nenhuma palavra
e nenhuma lembrança.
Talvez possas então
escrever sem porquê,
evidência de novo da Razão
e passagem para o que não se vê."
Manuel António Pina, in "Nenhuma Palavra e Nenhuma Lembrança"
Onde ela estiver
estás tu fora
de ti. Procura-a em prosa, pode ser
que em prosa ela floresça
ainda, sob tanta
metáfora; pode ser, e que quando
nela te vires te reconheças
como diante de uma infância
inicial não embaciada
de nenhuma palavra
e nenhuma lembrança.
Talvez possas então
escrever sem porquê,
evidência de novo da Razão
e passagem para o que não se vê."
Manuel António Pina, in "Nenhuma Palavra e Nenhuma Lembrança"
Descansa em paz camarada, agora, que terminaram as loucas horas de infindáveis conversas...vemo-nos por aí!
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