sábado, 20 de outubro de 2012

Manuel António Pina!

Sentia, camarada, há muito tempo, a ausência das tuas crónicas na última página do JN, da tua poesia, da tua prosa e desse teu sorriso enigmático...descansa em paz...gato do Porto! Foi-se o corpo, mas ficará para sempre em nós uma marca tua, a marca da poesia que tanto amaste e que em nós incutiste subtilmente, assim como a tua genial obra, que se tornará com o passar das décadas e dos séculos, imortal!

 
 
 
"A um Jovem Poeta
 
Procura a rosa.
Onde ela estiver
estás tu fora
de ti. Procura-a em prosa, pode ser

que em prosa ela floresça
ainda, sob tanta
metáfora; pode ser, e que quando
nela te vires te reconheças

como diante de uma infância
inicial não embaciada
de nenhuma palavra
e nenhuma lembrança.

Talvez possas então
escrever sem porquê,
evidência de novo da Razão
e passagem para o que não se vê."

Manuel António Pina, in "Nenhuma Palavra e Nenhuma Lembrança"
 
 
 

 
 
Descansa em paz camarada, agora, que terminaram as loucas horas de infindáveis conversas...vemo-nos por aí!
 
 


Sem comentários:

Enviar um comentário