sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Criação Doce! Um poema para a última tertúlia!

O que é um doce?
Um aroma, um segredo,
feito de arroz, ou até, licor que fosse,
chocolate cremoso na ponta do dedo
uma sobremesa, um manjar,
néctar, bolo, confeccionado
mãos dadas em doce amar
pele, corpo, paladar adocicado!
 
 
 
 
Uma criação doce, então o que é?
Misturando natas e chantilly
morangos dançam, nesta taça com café
um beijo pousado, assim em ti,
muito caramelo à mistura
passas, frutas e pinhões
cristalizados em língua pura
 com o açúcar de nossos corações!


 
Acastanhado ou amarelado
doce o é, e treme, treme,
gelatina, pudim caramelado
suspiro em grito de quem, geme, geme,
porque a doçura provou
desta doce criação
porque o ardente desejo queimou
quem tão ardentemente, deseja com paixão!
 
 
 
Lábios se abrem sensualmente
e provam este doce licor
corpo suado, ofegante, tremente,
lambuzado em natas e amor
língua que desliza pela borda
do copo, onde jaz o licor
desejo que desperta, que acorda
neste corpo, tremendo ardor!
 
 
 
Ovos, uma valsa dançando
bailando em taça com leite
brasa que o creme, queimando,
é fermento que em lençóis se deite.
Assim faço a minha criação
doce, tão doce, como mel
sobremesa cremosa derretida em paixão
onde o amor é doce, pão-de-ló, sidónio, pastel!
 
 
 
 
Olhando esta mesa e quem dela come
recheada de doçuras
é verdade -Tal como vós, não tenho fome!
mas a gula, em mim, também provoca certas loucuras...
 Neste poema açucarado
não existe nele espaço para o azedo
palavras gulosas, em sentido ritmado,
doçura na boca, que o prova sem medo!



 
(do autor Sérgio Moreira)



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