quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Verde e vermelho a sul, em Lanheses!

O turista, forasteiro, que se dirija a sul de Lanheses, no Outono, tomando a Avenida Rio Lima, circulando entre o casario que compõe a mesma, quer de um lado, quer do outro, maioritariamente em tons de esbranquiçado, apercebe-se quase no seu fim, que o asfalto cede lugar ao paralelo, material de que todas as estradas nacionais, em tempos, foram compostas, e o referido casario, dá agora lugar ao arvoredo, onde um aglomerado disposto em linha recta, quer de um lado quer do outro da mesma via, composto por vetustos e colossais amieiros, logo após passar a pontelha que se ergue por cima das águas do "Olho", transforma a paisagem; para logo em seguida chegando ao Parque Verde e percorrendo na sua metade final, este trecho de via entre salgueiros, carvalhos, freixos e bordos, muitos bordos. O veículo fica estacionado num dos vários locais de estacionamento, definidos para o efeito e construídos com materiais típicos desta zona, em calceta granítica, onde misturados com os dois gigantes e fenomenais carvalhos, donos de copas de grande diâmetro, ocorrem também novos carvalhos, que o tempo se encarregará de transformar em possantes e colossais árvores.
 
 
 
 
 
 
 
Saindo do veículo, o forasteiro desprevenido, e espantado, pode ali, logo olhar em seu redor e admirar a paisagem que se mostra magistral, perante os seus olhos. Se se virar para Norte, verá a percorrida avenida, as copas do arvoredo atrás referido, algum do branco casario da aldeia e ao fundo, majestosa, a Serra d´Arga, mais precisamente o promontório da Senhora do Minho, como cenário desta paisagem deslumbrante, ora a descoberto, ora tapado por um manto de neblina que a cerca fantasmagórico. Se se virar para Este, verá o belo caminho da veiga, que segue em sentido dos terrenos da vizinha freguesia de Fontão, ladeado logo ali no seu início por uma Tília de colossal tamanho e copa descomunal, a fazer lembrar um gigante cogumelo. Se se virar para Oeste, ladeado por uma linha recta tremendamente bela, de gigantes choupos, verá o caminho do rio, que também serve a veiga, paralelo à linha recta que formam as águas do Lima, que correm para a sua foz em Viana do Castelo e se poderá, o turista, embrenhar no verde da erva que povoa o chão destas zonas, dar mais uns passos em sentido Oeste para deter-se nos três magistrais e imponentes carvalhos que junto ao caminho, já em terra batida, substituindo a calçada granítica, que ali ocorrem, há muitos, muitos anos e dispostos também em linha recta! Se se virar para Sul, o olhar do turista deter-se-á na beleza natural que emana das águas do Lima, das inúmeras barcas ali fundeadas, e ao fundo, como cenário, o pequeno casario da passagem que ocorre em terras de Geraz, ponto histórico de travessia do rio, onde se viveram muitas histórias, muitos acontecimentos, num passado não muito distante no tempo. Histórias de barcos, barqueiros, de homens e de mulheres que viveram em tempos em que a modernidade e a abundância, de quase tudo, diga-se, eram uma utopia, uma miragem ao alcance de muito poucos!
 
 
 
 
 
 
 
 
O turista, caminha agora, sobre o paralelo da Avenida Rio Lima, toma o sentido norte e há algo aqui que lhe deturpa o olhar. Numa estranha miscelânea de verdes e vermelhos, a paisagem revela-se deliciosa para os sentidos, porque o verde dos carvalhos, misturado com o vermelho outonal dos bordos, dão a este trecho de terra, nesta pequena aldeia, uma beleza singular. O sentido da audição também não passa incólume, tal o silêncio que reina neste local, somente cortado pelo grasnar rouco e sonoro dos bandos de gaios que abundam por estas paragens, testemunhado pelo sentido da visão, quando em frenéticos e esquivos voos se embrenham no interior das copas das árvores! Chegando ao primeiro entroncamento e virando a Este, onde ocorre um fenomenal bordo de um vermelho de copa, tal, de suster a respiração, ladeado por verdes ciprestes que rastejam em redor do mesmo, o turista seguirá agora, por entre os campos cultivados da veiga e, caminhando mais uns passos, virando-se para trás, ou seja, para Oeste, terá ali a prova viva da tremenda beleza com que nos brinda este lugar. Secundados pelo verde do arvoredo ancestral que ocorre no lado direito do Parque Verde, os bordos, em primeiro plano e de um vermelho que fere a vista, dão-nos a singular beleza deste lugar, tipicamente outonal e soberba para quem gosta de tirar alguns dias de descanso, nesta época do ano!
 
 
 
 
 
 
 
 
Verde e vermelho a Sul, é o que o turista pode pensar, e testemunhar, ao percorrer a pé esta zona desta aldeia num espectáculo visual digno de figurar em qualquer postal ilustrado que represente as belezas naturais desta terra que é Lanheses, Alto-Minho, Portugal!

 
 
A neblina outonal, torna a paisagem ainda mais bela!


 

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