sábado, 1 de dezembro de 2012

1 de Dezembro!

Passaram trezentos e setenta e dois anos desde que um grupo de revoltados cidadãos nacionais, lutou para que definitivamente se libertasse este reino (na época reino) do jugo espanhol, que não tinha outro propósito que não o de empobrecer e fazer falir, este país, Portugal continental, insular e ultramarino, um dos mais poderosos e mais ricos, de modo a retirar preciosos dividendos, enriquecendo e fomentando a importância do reino de Espanha, no mundo de então! Cansados do pesadelo económico e social que se viva na época, um grupo de nobres conseguiu levar a sua nau a bom porto e destituiu do poder, Filipe IV de Espanha, III de Portugal, recuperando em definitivo a soberania nacional, perdida para os espanhóis, anos antes, perante as tolices e infantilidades cometidas pelo jovem monarca português D. Sebastião, vitima das sua própria inocência e ignorância, no campo de batalha de Álcacer Quibir.
 
Trezentos e setenta e dois anos nos separam dessa efeméride histórica, em que recuperando a nossa soberania, nos poderíamos de novo voltar, como país independente, para nós e encarar os desafios e problemas que a nação enfrentava. Portugal, não mais seria um país dependente de outros! Livre, seria para todo o sempre, senhor do seu destino!
 
Mentira! Trezentos e setenta e dois anos depois de 1 de Dezembro de 1640, perdemos de novo a nossa soberania, não para outro país rival (essas eram as guerras dos tempos antigos), mas para um inimigo ainda mais poderoso que o de 1640 e quase invisível, mas que está lá e controla a vida de todos nós! O dinheiro! O poder económico, o capital! Por trás destas últimas palavras, se pode afirmar, pessoas como nós, como eu que escrevo e como você que lê! Gula, ambição e egoísmo!
 
Depauperado, falido e atolado em dívidas, Portugal, passados trezentos e setenta e dois anos se vê à mercê de agiotas internacionais, vitima de repetidas políticas insípidas praticadas não por um, mas por diversos "Dons Sebastiões", dos tempos modernos e, uma vez mais, perde o país, a sua soberania! Perde a sua soberania para uma Europa casmurra no modo de pensar e no modo de agir tardiamente, mas perde fundamentalmente (e isto é que dói) por sua livre e espontânea responsabilidade, ao agir, anos e anos a fio irresponsavelmente!
 
Endividado e à mercê da agiotagem internacional, o caricato da situação, é que até este dia Feriado Nacional, em que se comemora aquela que (para mim e talvez para si) será uma das mais importantes efemérides do calendário histórico nacional, venha a mesma a ser retirada para que, aqueles que pagam sempre as crises, ou seja, nós, os trabalhadores, se vejam inibidos de ter um dia para descansar, reflectir sobre a importância da data, ajudando antes a economia nacional, com mais um dia de luta, mais um dia de trabalho! Pelo menos assim pensam os novos "Dons Sebastiões" dos tempos modernos, que estão (democraticamente eleitos), no poder!
 
A este dia, como todos sabem, no próximo ano de 2013, será retirado o epíteto de Dia Feriado, e se a nossa soberania já anda pelas ruas da amargura e pelo cano do esgoto, com esta medida, que em nada fará enriquecer o país e esta modelo económico mais que falido, a única sensação que tenho, é que a mesma somente servirá, para que os trabalhadores e cidadãos nacionais, na sua grande maioria, continuem embrenhados numa depressão e atavismo tais,  que impeçam a livre iniciativa ao consumo, um dos grandes motores da economia de qualquer Estado, que se queira soberano!
 
Portugal encontra-se num beco sem saída e mais que nunca seria bem vinda a chegada de um novo D. Sebastião, que chegasse com ideias novas e quebrasse com as velhas correntes, nos mostrasse um país novo e uma nova forma de governar conduzindo-nos (com mão de ferro) pelos caminhos da fortuna e da sabedoria, base de sucesso, para qualquer Estado que se queira, soberano!
 
Ideias a mim não me faltam, a si também não por certo! Então, espírito de cidadania (tão apregoada nos dias de hoje) precisa-se! Quanto mais não seja, no dia do voto, quando vai fazer a tal cruzinha no tal quadradinho, por alguns tão desejada, pense duas vezes e reflicta muito bem, se realmente está a riscar a cruz no quadrado certo! Vivemos tempos de mudança e devíamos dar a voz a outros, que não os mesmos de sempre! Isto já é cidadania! Juntos faremos a diferença!
 
Talvez assim, a luta dos Quarenta Conjurados, há trezentos e setenta e dois anos atrás, em Dezembro de 1640, tenha valido a pena e se volte com vigor e resolução a comemorar um Portugal soberano, independente do jugo do dinheiro e do grande capital! Venha um novo "Restaurador", que venha um novo Dom João IV, comandar e governar devidamente os destinos este país!
 
 
Bom Feriado de 1 de Dezembro (o último, pelo menos para os próximos anos)!!!
 
 
 

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