domingo, 2 de dezembro de 2012

CONCERTO SOLIDÁRIO!

Tal como tinha sido anunciado aqui no blogue, decorreu no passado dia 30 de Novembro, na bela sala do Teatro Sá de Miranda o concerto solidário, cuja receita apurada, reverteria na sua totalidade para apoiar a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Como tem vindo a ser hábito e gratuitamente, neste género de eventos organizados pela referida Liga, Luís Portugal, o carismático ex-líder dos extintos, mas saudosos, "Já Fumega", abrilhantou a componente artística, com um concerto onde apresentou temas novos, do novo disco que estará para venda, lá para meados de Fevereiro, próximo, tendo também feito uma viagem saudosista, pelos inúmeros temas que ao longo dos anos foram acompanhando a sua, já longa carreira.
 
Às 21.30h, mais minuto menos minuto as portas da nossa sala de espectáculos, quando digo nossa, quero afirmar vianense; para que o público que aguardava no exterior, entrasse para ocupar os seus lugares e fugisse ao frio cortante que se fazia sentir na rua.
 
 
  
A belíssima fachada do edifício do Teatro Sá de Miranda!
 
 
 
 
 
No exterior, um grupo de lanhesenses aguardava e aguentava o frio cortante, antes de entrar no interior do teatro.
 
 
 
O espectáculo começou com os discursos proferidos pelas pessoas ligadas à Liga Portuguesa Contra o Cancro, nomeadamente o seu dirigente para a zona norte, Eng.º Veloso, que proferiu palavras muito amáveis para com a nossa cidade e para com as gentes da mesma, expondo depois os motivos para que estas iniciativas se continuem a realizar, para no final, chamar ao palco o artista Luís Portugal, agraciando-o com uma menção honrosa, dado que o mesmo artista, há já muitos anos se associou gratuitamente a estas iniciativas organizadas pela Liga. Ou seja, uma fenomenal forma de sermos solidários! Tudo isto foi precedido por um sorteio de prémios, para quem comprou rifas, uma outra forma de ajudar monetariamente a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Caricato que, enquanto uma criança retirava da tombola, as rifas, nenhum dos sorteados reclamou o seu prémio, pois não estavam presentes fisicamente na sala do teatro, o que por breves momentos foi arrancando gargalhadas dos presentes e originou um motivo de boa disposição geral. Findas as palavras foi tempo do artista brilhar e iniciar a sua prestação musical, juntamente com o grupo de músicos que o vem acompanhando desde há alguns anos.
 
 
Momento do sorteio de rifas.
 
 
Discurso do Eng.º Veloso, com palavras muito amáveis para com Viana e as suas gentes.
 
 
Luís Portugal, já em palco, sendo-lhe atribuída menção honrosa pelos solidários préstimos para com a Liga Portuguesa Contra o Cancro.
 
 
Enquanto esperava o início do espectáculo e os técnicos preparavam a sala para que o artista iniciasse a sua prestação, em silêncio, tive a oportunidade de me deliciar e observar mais uma vez, (há já muito tempo não entrava no interior do nosso teatro municipal), a beleza singular desta sala, do seu magnífico tecto pintado através de um falso fresco, onde estão representados rostos de personagens relacionadas com esta arte, admirar as suas galerias, os seus dourados camarotes, toda a plateia, com as cadeiras revestidas de veludo avermelhado, o que contrastando com o dourado das paredes e dos camarotes, dão a esta sala de espectáculos, uma beleza riquíssima e resultam num ambiente extremamente aconchegante...quente mesmo! Fazendo esquecer também, o frio da noite, que se fazia sentir no exterior do Sá de Miranda!
 
 
 A riqueza pictórica, desta bela sala de espectáculos!
 
Falso fresco do tecto do teatro. Deixo aqui a confidência, há anos atrás, quando este edifício necessitou de uma reforma considerável, tal o seu nível de degradação, um dos artistas que restaurou o tecto, por sinal meu amigo e por quem tenho muita estima, é natural de Lanheses e conhecido de todos nós. Como é óbvio, não vou fazer referências a nomes e pessoas. Apenas lhe endereço aqui os meus parabéns pelo belíssimo trabalho realizado e um abraço reconhecido. Excelente trabalho de restauro! Sei também, que o seu nome figura, assinado no tecto, lá nas alturas...
 
 
Pormenores dos camarotes.
 
 
 
 
Pormenor do palco.
 
 
Luís Portugal, em cerca de hora e meia de espectáculo, mais minuto menos minuto, brindou o público presente, com uma panóplia diversificada de temas musicais de sua autoria, desde os mais antigos e célebres, dos tempos dos "Já Fumega", até aos mais novos e recentes, sempre muito participativo e comunicativo com o público em geral, tecendo também ele, amáveis elogios para com Viana, as suas gentes e a riqueza singular desta sala de espectáculos, onde se assistiu e ouviu muito boa música, ainda por cima, portuguesa!
Delicioso!
Os mais novinhos, presentes, e eram muitos, também não foram esquecidos pelo artista, que os brindou com um tema por ele criado e destinado às crianças, onde interagindo com elas e com o público mais velho, criou ali uma brincadeira auditiva, deveras engraçada! Foi muito agradável ouvir todo o auditório, acompanhando o artista - Lá, lá, lá -, - Ah, ah, ah - quem lá esteve sabe do que falo! Passados muitos anos, da composição de temas como "Latino Americano", "La Dolce Vita", "Uma Semente" (o meu preferido), é impressionante como a voz deste homem continua melodiosa, fazendo dela o que quer (falando mais "portuguêsmente"), entre registos graves e agudos contínuos, quase numa desgarrada meticulosa, sem que se perceba que os anos vão passando. Este homem continua com aquele maravilhoso registo acústico, que caracterizou e marcou toda uma geração de oitenta! Simplesmente fenomenal! É preciso pensar que foram tocados temas compostos em 1984, tinha eu os meus dez anitos e, com excepção dos mais novitos, o público em geral delirou com estes temas revisitados, dançando e batendo palmas efusivamente, dando pleno azo às palavras, saudade e nostalgia!
 
Foi belo demais! Como é óbvio, não postarei imagens do artista, (embora as tenha, mesmo que tivessem avisado que as mesmas estavam proibidas), a tal me vejo impedido pela lei que rege os direitos de autor; despeço-me antes, neste tópico, com uma imagem da criançada que assistiu ao concerto nas cadeiras ao lado da minha, cansados um pouco e talvez com o "João pestana" a reinar, depois de alguns minutos onde puderam "abanar o capacete" e assistir ao que se fazia musicalmente nos tempos de meninos dos seus pais!
 
 
 
 
Impressionante também, se pensarmos, que há quase trinta anos, sem disporem de um terço dos meios técnicos que hoje em dia ajudam na composição de música, estes artistas compunham e orquestravam tão boa ou melhor música, quando comparada com a que se faz e orquestra nos dias presentes!
 
Com a deliciosa particularidade de ser boa música portuguesa! O que é nacional continua a ser muito, muito, bom!
 
 
 

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