sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Uma imagem de Natal...

Confesso que não tenho tido muito tempo livre para pensar em Natal, os afazeres domésticos, profissionais e a preparação logística inerente ao passeio que o SSVSA vai realizar em Janeiro, me tem afastado do pensamento, esta quadra que se vive. Eu já sou pessoa de "não ir muito à bola com o Natal", então, ocupado como tenho andado, nem do mesmo me lembro.
Parei agora um bocadinho a altas horas da noite para escrever um pouco aqui no blogue e claro, à mente me veio o Natal! Corre lá fora um vendaval medonho, e eu, escrevendo aqui, me apercebo como as paredes de minha casa estão despidas de artefactos que representem esta quadra. Nem de tal coisa me lembro! Lembrei-me agora ao ver uma imagem alusiva ao Natal! Nem pinheirinho, nem presépio, nem aqueles lamechices em forma de coroa que se colocam nas portas de casa, como tenho visto amiúde por aí, nem luzes, luzinhas e "luzetas" a piscar toda a noite...detesto dar dinheiro, de bandeja, ao Mexia e à sua "trupe", já me chega gastá-lo em aquecimento, tal o frio que se tem feito sentir, nem "pais-natais" dos chineses a trepar pelas paredes, nem "meninos jesus" sorrindo lascivamente, sob pano de fundo vermelho, dos chineses, claro está (fabricado por gente que habita um país que nem em Cristo acredita); nem nada que se lhe pareça...Parece uma casa triste? Talvez! Mas não o é! Onde reina o amor e a conivência todo o ano, a tristeza é fatia de manteiga que não ocorre, não existe, nem faz com que os pés possam nela escorregar!
Outra coisa que me irrita solenemente nesta ocasião, é a hipocrisia, mas nem vou por aí, porque se quero criar um post composto com uma bela imagem natalícia, para me fazer lembrar que é Natal, não posso, não quero, nem devo, alongar-me sobre este tema...irrita-me o som que anda nas ruas de todo o mundo católico, de beijos e beijinhos, abraços e abracinhos, em solenes e infindas juras e desejos de boas festas! Um ano inteiro temos, para que o nosso comportamento social se paute pelo espírito natalício, ao invés, maioria dos iluminados que circulam com o sorriso natalício escancarado na boca, passam o mesmo e referido ano, em turras e pequenas ou grandes (venha o demo e escolha) guerras civis, seja com o seu próximo, seja com familiares, vizinhos e demais afins, numa inequívoca prova de malvadez humana...mas nesta quadra mudam a máscara, mesmo que ainda falte algum tempo para o Carnaval, só faltando vê-los de joelhos, ímpia genuflexão, em frente ao altar em quiméricas e loucas rezas, perante o Altíssimo, mostrando a Deus e ao mundo, o seu pequenino espírito natalício!
 
Talvez por isto, agora entenda, porque em minha casa não usamos artefactos natalícios, porque aqui o Natal e o seu espírito ocorrem durante todo o ano, e todo o ano se pregam; seria no entanto, atípico, que se prolongassem por 365 dias, as iluminações, os presépios, os pinheirinhos e tudo o mais inerente a esta época, pelo simples motivo de se puder cair no ridículo de os ter expostos tantos e tantos dias e mais a mais, a factura de electricidade seria deveras danosa...
 
Mas não pense o leitor que detesto tudo o que tenha a haver com o Natal! Olhe, neste momento acabei de me deliciar com uma suculenta, doce e deliciosa fatia de "Bolo-Rei", um manjar ao qual o sentido da gula e a minha alma, não conseguem resistir...um tremendo pecado, é o que é, mas acredite, a vida sem pecados também não terá, certamente, piada alguma...está na hora do confesso! Depois há o bacalhau na mesa, outro delicioso manjar, que reconforta as paredes do meu estômago e para finalizar, pinhões, ah belo produto que a natureza nos dá e que tão bem sabe, quando escorregam pelas paredes do esófago...pinhões! São os três pequenos pecados que me reconfortam nesta quadra...o resto é vento, e o vento vai e volta, vai e volta; é como o Natal, vai e para o ano volta, vai e para o ano volta!
 
Enquanto escrevo desabafo, facto que me apraz deveras, outros, mais corajosos que eu, afirmam-no aos quatro ventos sem pudor algum, que não gostam de Natal, mas depois, no meu caso, por exemplo, vem uma ou outra influência exterior, tocar no bichinho da lamechice que habita lá no fundo, bem dentro de nós, por mais minúsculo que seja, e que faz despertar sentimentos melados, mas que até sabem bem de serem sentidos! Neste caso, como afirmei atrás, foi uma imagem, que publico agora e que somente por esta altura me é permitida visualizar, a tremenda e belíssima Araucária da nossa linda Viana do Castelo, iluminada em todo o seu esplendor...só por isto, contradigo tudo o que atrás referi e me vejo obrigado a fazê-lo e a dizê-lo:
 - Obrigado por ser Natal e aos meus olhos seja permitido contemplar semelhante beleza!
 
 
Tremendamente bela...
 
 
Quem me dera fosse permitido ver também, a grande Araucária sita no terreno de Mestre João Caninhas, toda iluminada, imponente, maravilhosa; uma soberba mancha de luz no céu de Lanheses, afirmando orgulhosa de si:
 
- É Natal!
 
 
 
 
 
 
 

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