quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Lódão-bastardo.

Ocorre uma árvore junto à margem do Lima, das mais típicas e espontâneas das espécies que naturalmente ocorrem na Península Ibérica e sul da Europa, um lódão; Lódão-bastardo (Celtis australis). O Lódão-bastardo, ou agreira, ou ginginha-de-rei, como é apelidado é uma árvore caducifólia da família Ulmaceae que pode atingir entre os 15 e 30 metros de altura e pode viver entre 200 a 600 anos, sendo árvore de crescimento lento. São árvores de uma beleza extraordinária, que não precisam de solos muito ricos em nutrientes e proteínas (humus) e aguentem muito bem climas onde reinam as altas temperaturas. Um dos locais onde se podem ver em abundância florestas com algumas centenas destas árvores é na província da Andaluzia, sul de Espanha, onde os termómetros normalmente e com facilidade, atingem os quarenta graus centígrados! Espontânea em Portugal, ocorre um pouco por todo o território mas onde mais se destaca é nas encostas do Parque Internacional do Douro Internacional, onde vários núcleos compostos por esta espécie de árvore ocorrem. Aguenta também e muito bem os climas mais frios e pode ocorrer até uma altitude de 1200 metros.
 
 
 
 
Apresenta normalmente tronco de grossa envergadura, liso, muito ramificado com conjuntos de grossos ramos e de outros mais finos, grandiosa copa redonda, nos ramos folhas estriadas e finas, de onde nascem as flores hermafroditas e depois os frutos, uma drupa carnuda, lisa e esférica, começando por ser verde, passando a amarelo, roxo e quase negra (daí advém o nome ginginha-de-rei) quando totalmente madura (entre Setembro e Outubro), com cerca de 1cm de diâmetro, comestível e doce.
 
Ocorre frequentemente junto a cursos de água, rios, regatos e lagos, tal como esta retratada na fotografia acima postada e por toda a Península e Norte de África ainda se encontram numerosos de núcleos deste género arbóreo em estado selvagem. Um dos maiores núcleos deste género arbóreo ocorre em Freixo de Espada à Cinta, junto à margem do Douro, compondo uma das mais belas florestas espontâneas da Península Ibérica. Utilizada a sua madeira hoje em dia para variados fins, uma das mais curiosas utilidades reside no facto das suas raízes serem altamente aconselhadas para o fabrico de cachimbos!
 
Neste momento, este exemplar encontra-se "adormecido", dado que vivemos o Inverno, embora daqui a uns tempos bem próximos, poderemos admirar toda a sua bela e imensa copa, florida e pejada de drupas, dando mostras de ser uma das mais belas árvores das que ocorrem junto ao Lima!
 
 
Que bom seria que mais fossem plantadas por toda a aldeia! Um dos mais extraordinários exemplares arbóreos que ocorrem espontâneamente em Portugal Continental!
 
 
 

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