quarta-feira, 18 de setembro de 2013

UM ADEUS AO VERÃO - MAIS UMA VIAGEM MOCHE - 3ª parte.

(Continuação)...

Mateus ficara já para trás e o "Moche" dirigia-se agora no sentido do parque da cidade em Vila Real, junto às margens do rio Corgo, um "fiinho" de água refira-se, para que os viajantes reconfortassem estômago e fígado, pois o relógio natural não dá tréguas!
 
O autor do blogue ainda vinha com a mente preenchida pelo pensamento acerca do preço do bilhete em Mateus, reflectindo que muito mais merecia estar à vista do viajante que por ali se detenha, face ao preço que paga o viajante para ter direito a uma visita, quando o "Moche" conduzido pelo Sr. Pedro Silva se detinha junto ao parque de merendas.
 
Explicações dadas! Horas combinadas!
 
Os que tinham decidido almoçar nos restaurantes locais foram levados até ao centro da cidade, aqueles (muitos, em grande maioria) que optaram pelo farnel, bem à boa maneira portuguesa, ocupando vários lotes de mesas de madeira, fizeram as honras da casa e entre muitos copos brindados no ar, muita iguaria deliciosa repartida por todos e uma algazarra fenomenal passaram o almoço em Vila Real, junto ao Corgo que, desculpem os habitantes locais, quase não se dá pelo sua presença tal o diminuto caudal que apresenta...
 
Uma  miragem...!!!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A mesa mais sonora!!!
 
 
 
O "Moche" descansava agora um pouco...
 
Mas como é habitual, o relógio não se compadece com gargalhadas ou com momentos muito bem passados e eis que eram horas destes viajantes se fazerem de novo à estrada, até Bragança ainda faltavam alguns bons quilómetros e previsto pelo guia, estavam ainda mais duas paragens temáticas em locais de importância quer cultural, quer natural!
 


Entretanto o motorista revelou formas femininas bem harmoniosas...(risos)!
 
 
 
Estômagos reconfortados, ânimos muitíssimo bem dispostos, os viajantes continuaram a sua marcha até à mítica Brigantia, Bragança para quem desconheça o epíteto, onde pernoitariam. Um dos trechos de estrada era já bem conhecido de todos, pelo menos daqueles (todos) que participaram no "Encantos da Primavera" até Mirandela, para depois de passada a Genebra portuguesa, entrar o "Moche" e estes viajantes em território desconhecido embora pejado de tremenda beleza natural! O viajante deve sempre partir, repartir e se assim o entender mesmo que muitos não o entendam deve repassar pelas estradas pelas quais já um dia passou, pois só assim o viajante se torna verdadeiro na procura de conhecer algo que jamais queira que venha a ser desconhecido!
 
Os viajantes iam bem e bem corria a viagem! O autor do blogue, o viajante mor, sorria ao ver em tantos rostos, tantos sorrisos de felicidade e esta sensação não tem valor monetário, que a possa alguma vez pagar!
 
 
 
 
 
 
 
Os quilómetros foram ficando para trás e em breve o autor do blogue pegava de novo no microfone a bordo do "Moche" e iniciava novo discurso, desta feita apresentando a próxima paragem temática, Podence! Mítica pelo seu mundialmente famoso Carnaval, e não é exagero nenhum que o autor do blogue expresse a palavra "mundialmente", na aldeia de Podence o autor do blogue desafiou os viajantes a visitarem o museu "Casa do Careto" e ali explanou em breves palavras toda a temática relacionada com esta tradição ancestral, que celebrava a chegada da Primavera e de tempos de fecundidade, em zona remota e isolada pelos rigorosos Invernos pelos quais passavam estas gentes e ainda passam! Ali ocorre um ditado muito antigo sobre o clima - Nove meses de Inverno e três de inferno!

 
Na "Casa do Careto" eram os viajantes esperados pelo presidente da associação que visa e fomenta esta tradição trasmontana, Sr. António Carneiro e pelo guia Sr. Filipe, que muito simpaticamente abriram as portas daquele pequeno mas muito acolhedor espaço, onde num ecrã pendurado na parede passavam imagens gravadas em vídeo relacionadas com os caretos e o Carnaval, para depois lançado o repto a alguém, homem claro está, que vestisse um traje de careto e "chocalhasse" algumas moças, se deu ali uma pequena demonstração ao vivo e a cores de como actuam os caretos nesses dias de Carnaval! Ao visualizar as fotografias o leitor em breve descobrirá quem era o homem por baixo do fato de careto...
 
 
 


 
 
 
E então vindo do nada, quase como por magia, surgiu em pleno Verão, um careto, personagem associado ao Inverno...
 
 
...e as moças chocalhou! No entanto este careto mostrou-se inofensivo e até verdadeiramente dócil, pois até a miudagem se rendeu a tanta doçura...(risos)!
 
 
 
O careto fez furor entre as moças e todas quiseram uma fotografia com ele...
 


 
 
 
...mas o coração deste careto que esta moça há anos chocalhou, por o dela se enamorou!!!
 


Afinal todos queriam uma fotografia com este careto...
Fotografia gentilmente cedida por Fernando Cunha.
 
 
 
 
 
 


Explicações dadas no exterior da "Casa do Careto" e fim de visita.
 


A sempre cordial e final troca de convites para visitas entre duas belas aldeias, Lanheses e Podence!
 
 
Depois de usar o fato de careto, o autor do blogue pode afirmar que, primeiramente o mesmo não deve ser usado no Verão, tão quente que é; segundo é todo tecido em tear e feito de pura lã com pregas de lã tingidas de cor, cozidas ao tecido que faz as calças e a jaqueta; em terceiro que o seu peso é brutal e somente deverá ser aguentado por homens de pura fibra e muito músculo, o que não é o escanzelado caso do autor do blogue e em quarto, com um peso de indumentaria já de si extraordinário, adicionando-lhe o cinto carregado de chocalhos o mesmo peso ainda aumenta muitíssimo mais! Não admira que o careto seja símbolo de força, virilidade e masculinidade!
 
Infelizmente o relógio, esse inimigo ancestral do prazer, avisava que era chegado o tempo de partir, preparar as despedidas e um - Até breve! - abandonar Podence de novo às suas sortes e partir rumo a mais uma paragem temática desta vez de cariz natural, muito próxima de Podence!
 
O viajante sente um pouco de inveja deste povo simples pois habita local paradisíaco! As próximas imagens assim o testemunharão! Ao fundo já se avistavam as águas do Azibo e o "Moche" partia rumo a nova paragem, a última deste dia de Sábado.
 


Apertadinho...
 
 
...mas lá passou!!!
 
 
Fazendo-se à estrada o "Moche" em breves minutos alcançava a última paragem temática do dia programada pelo autor do blogue e se o caro leitor ainda se lembra, este passeio turístico seria conotado com uma ode ao Verão, uma espécie de despedida do mesmo, pois realizou-se naquele que foi o último fim-de-semana completo de Verão e se assim o autor do blogue o projectou assim se cumpriu o que projectado estava, e a última paragem do dia antes da chegada a Bragança, seria na paisagem protegida da Albufeira do Azibo e um convite aos viajantes, um convite a um mergulho em calmas e quentes águas de modo a que todos celebrassem o Verão naquela que já foi votada algumas vezes como a melhor praia fluvial do país, que de entre os vários equipamentos de qualidade que a compõe o autor do blogue destaca o facto de ser vigiada por nadador-salvador! Um must em plena raia...
 
Foi o delírio para a criançada, tal como o autor do blogue lhes tinha prometido e até os mais crescidos fizeram a festa, muitos mergulhando nas cristalinas águas deste rio, muitos outros optando por relaxar por baixo do arvoredo que por ali ocorre descansando do dia que já ia longo, bem longo!
 


 
 
 
Maravilha natural!
 
 
 
UM ADEUS AO VERÃO!
 
 
A miudagem em delírio!
 
 
Todos à água...(risos)!
 
 
Água...
 
 
Grandioso concurso de saltos para a água...(risos).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


 
 
Esta foi a celebração de despedida ao Verão, na praia fluvial do Azibo, em plena zona protegida. Era chegado o tempo destes viajantes percorrerem os quilómetros finais até Bragança, um dos grandes pratos a serem servidos neste "UM ADEUS AO VERÃO", preparar o respectivo check-in na Pousada da Juventude de Bragança, apear as malas e bagagens em cada respectivo quarto e passar ao jantar, servido na sala refeitório da pousada, que se encheu por momentos com numeroso grupo de viajantes lanhesenses que percorriam terras onde há muitos séculos deambularam os ancestrais povos Celtas!
 


 
 
 
À entrada em Bragança.
 
 
 
 

 
 
 
Alguns foram aqueles que depois do jantar optaram por descansar das aventuras vividas neste dia muito longo, outros porém, optaram por fazer uma passeata nocturna pela ruas da cidade de Bragança, conhecer a sua vida nocturna e as belezas que a mesma encerra no escuro da noite iluminada pela luz artificial da iluminação pública! O autor do blogue foi um deles! Após dar por terminado o dia, o viajante mor despiu a pele de autor do blogue, guardou as máquinas na mochila e acompanhado por familiares e amigos embrenhou-se pelas quentes ruas de Bragança, uma Bragança nocturna bela de se ver...
 
Já tarde o cansaço levou a melhor e com a sempre presente preocupação do dia seguinte que se avizinhava longo também e com a acrescida responsabilidade de ter a seu cargo cinquenta e nove almas o autor do blogue deitou-se na sua cama, fez por adormecer e adormecendo, sorriu satisfeito por saber que satisfeito muitos estavam por estarem a dormir descansados e pelo dia maravilhoso que tinham passado, desde a saída em Lanheses, até à chegada a Bragança...
 
O autor do blogue finalmente adormeceu pois no Domingo tinha de acordar muito cedo, mais cedo mesmo, que todos os outros viajantes...
 
(Continua no próximo post).
 
 

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