sábado, 21 de setembro de 2013

UM ADEUS AO VERÃO - MAIS UMA VIAGEM MOCHE - 5ª e última parte.

(Continuação)...

Bragança, a mítica brigantia dos antigos Celtas, estava visitada e bonita e branca se mostrou a estes viajantes, sobretudo ao olhar do autor do blogue assim como ao olhar daqueles que o acompanharam pelo périplo pelas suas ruas agradáveis, um tanto ou quanto despidas de gente, estava um calor tórrido e àquela hora muitos eram os que se resguardavam do mesmo no interior dos edifícios da cidade, quer em casa, quer pelos cafés. Bragança fica na retina do autor do blogue e é caso para se dizer que esta grande e fantástica cidade do interior nordestino merece sem dúvidas muitas e muitas mais visitas para que o viajante curioso lhe conheça e descubra todos os seus encantos e segredos...
 
O "Moche" apontava agora a sua frente para norte e um pouco perdido no emaranhado de rotundas que serviam a saída da cidade de Bragança, lá encontrou a saída para uma das mais fabulosas aldeias do país, Rio de Onor, na raia nordestina, aldeia estudada por Jorge Dias, antropólogo e etnólogo que por lá deambulou e mais tarde, resultado desses estudos, publicou o estudo em livro -Rio de Onor. Comunitarismo Agro pastoril. Este seria o grande prato, juntamente com Bragança, que o passeio "UM ADEUS AO VERÃO" tinha para servir a este grupo de viajantes.
 
A caminho de Rio de Onor, EN308.
 
 
 
Beleza da raia nordestina!
 
 
O viajante que chegue a Rio de Onor tem logo ali a percepção de que este é um regresso, um eloquente voltar às origens e degustar Rio de Onor será uma espécie de lembrança, pelo menos terá sido para os mais velhos deste grupo de viajantes, que certamente lembraram como eram os seus dias de meninice na aldeia, o autor do blogue não consegue evitar  comparação e talvez até num passado  não muito longínquo, Lanheses tenha sido assim. Rio Onor revela-se a humanos olhos de humano viajante bela, simples e nostálgica! O viajante que se passei pelas suas ruelas xistosas sente-se de repente num regresso às origens, e descobri-la torna-se um pouco na descoberta de cada um de nós! O verde dos arvoredos contrastando com o acastanhado das moradias tipicamente construídas com xisto, assim como contrastando com o negro dos telhados cobertos de telha xistosa e as ruelas no mesmo tom, tornam-na maravilhosa a forasteiro olhar e o forasteiro que nela se passeie logo ali esquece essa sua faceta. Integra-se na paisagem deixa-se conquistar por este puritanismo aldeão e ali onde o mundo está esquecido de se lembrar, o viajante esquece também quem é, torna-se num aldeão e prova algo de elementar a humano espírito, a felicidade aliada à simplicidade!
 
O autor do blogue jamais esquecerá Rio de Onor e em breve a ela voltará de novo, aliás, Bragança e Rio de Onor bem merecem que se as visite vezes e vezes sem fim...viajar é isto mesmo, regressar, voltar as vezes que se achem necessárias e aprender!!! Só assim as viagens têm significado!
 


 
 
 
Ponte sobre o rio Onor.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


 
 
 
 


Belo...
 
 
 


Romântico...
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O autor do blogue tinha prometido, assim aconteceu, um pé em Espanha outro em Portugal, a fotografia de grupo aqui está para memória futura. Um cordão humano de viajantes na imaginária linha de fronteira que antigamente e durante muitos anos, dividiu e separou os dois países e os dois povoados, Rio de Onor em Portugal e Rihonor de Castilla, entre um marco miliário e o grosso tronco de um vetusto e imponente castanheiro!
 


 


 
Do outro lado da linha imaginária...Espanha Rihonor de Castilla!
 


Uma pena existir esta placa...
 
 
 
 


Moinho de água. Pormenor do telhado em xisto.
 
 
 
Passeando por Ri Honor de Castilla.
 
 
 
A beleza da paisagem e o romantismo da aldeia a momentos com este convidavam e Rosa Maria Franco todos brindou com uma bela modinha, sob o olhar embevecido do "Tio" Hélio!
 
 
 
 
 

PORTUGAL - BRAGANZA!
 
 
 
 
 
 


Igreja Ri Honor de Castilla.
 


Lindo...Rio de Onor, vista de Espanha.
 
 
 
Doro e Rosa Cunha passeando por Espanha...tal como o autor do blogue e sua esposa - SEMPRE JUNTOS !
Belo exemplo de vida! Terceira vez que acompanham o autor do blogue nas suas viagens a este Portugal!
 
 
 
Grande confusão...?
 
Antes do "Moche" se deter em Rio de Onor, o autor do blogue ao microfone do mesmo deu algumas instruções para que a visita corresse da melhor forma e uma delas foi uma referência ao facto de que os aldeões adoravam conversar em dialecto Asturo-Leonês (em vias de se extinguir) com os forasteiros que visitavam a sua aldeia, e foi isso mesmo que aconteceu, a fotografia acima mostra um aglomerado de viajantes com curiosidade mantendo conversas com uma anciã, dona e senhora de uma cultura invejáveis, traçando grandes elogios a Portugal, mulher que privou com Saramago (muito simpático), com Torga (muito sisudo) e acompanhava agora a literatura de Lobo Antunes, dona que tinha sido de um venda (mercearia) e que com toda a certeza teria longas e saborosas histórias para contar, numa das zonas geográficas que foi outrora importante rota do contrabando e de passagem a salto para o estrangeiro...fugindo a tempos muitíssimo difíceis!
 
Ficam as imagens deste rosto carregado de historicidade! o "Um Adeus ao Verão" estava a revelar-se maravilhoso e enquadrando-se com tudo quanto o autor do blogue tinha planeado!
 
 
 
90 anos de saber...
 
 
Leonel Moreira e Paraíso de Sousa, conversando com a linda senhora.
 
 
Tempo de regressar...
 
 
 
O imponente castanheiro da fronteira. Que histórias fantásticas nos poderia contar esta secular árvore?
 
 
 
Marco fronteiriço, com insígnias E e P - Espanha e Portugal, nº 408 referente ao caminho municipal que liga estes povoados a Sanábria, Zamora.
 
 
 
A simpatia dos aldeões...
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Igreja de Rio de Onor.
 
 
Paraíso de Sousa, emocionado comentava - Este é um regresso às origens!
 
 
 
A despedida a Rio de Onor! Ficará para sempre no olhar do autor do blogue...
 
 
Talvez com amargo de boca, Rio de Onor necessita de pelo menos uma semana para lhe conhecer e desvendar todos os seus encantos, todos os seus segredos; era tempo de abalar, o "Um Adeus ao Verão", entrava na sua recta final. O caminho que se faz até Rio de Onor, tem de ser feito novamente em inverso sentido dada a precariedade de vias rodoviárias existentes na raia e o viajante que ali chegue vindo de Bragança, a Bragança tem de voltar se quiser continuar a viajar por Portugal. Assim aconteceu, o "Moche" preparava o regresso a casa, atravessando todo o Parque Natural de Montesinho pela mítica EN103, que liga Bragança às terras do vale do Cávado, percorrendo quilómetros de rara beleza através de uma das mais densas florestas de carvalhos do país e da Europa, para fazer uma última e breve paragem em Vinhais, tempo para breve descanso, visitar o que resta do pano da antiga muralha do castelo e enfim, para o final, retomar sentido de casa, Lanheses. 
 
 
 
Vinhais.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que resta do castelo.
 
 
Ao fundo Pelourinho de Vinhais, monumento nacional.
 
Estava feito! O "Moche" arrancava, deixava Vinhais entregue a si mesma e pela EN103 arrancava com destino ao Minho, a casa, a Lanheses. Este terceiro passeio organizado pelo SSVSA estaria em breve a terminar e pelo caminho, ao som de música popular portuguesa gravada, eram os viajantes que faziam a festa, batendo palmas e cantando. Entretanto o autor do blogue foi distribuindo, como já é costume nos passeios que organiza, uma pequena lembrança a cada casal ou pessoa singular que participou nesta aventura de dois dias pela raia nordestina e após a qual, a música voltou de novo a soar pelas colunas do "Moche".
 
No entanto nem tudo estava terminado, encenado pelo autor do blogue juntamente com o fabuloso Sr. Pedro silva, o homem do volante, foi lançado aos viajantes um repto, o repto de ver se realmente em Lanheses existem homens e mulheres de pura fibra. Quem atravesse a EN103 de Vinhais para Chaves e vice-versa, encontrará pelo meio uma curiosidade natural de aspecto inusitado! A pedra bolideira!
 
A pedra Bolideira localiza-se a cerca de 18 km de Chaves, próximo da estrada nacional nº 103 (Chaves/Bragança) no maciço granítico da serra do Brunheiro que se eleva a este do vale de Chaves e atinge a cota de 919 m de altitude. Na subida desde Chaves observam-se grandes blocos graníticos, mais ou menos arredondados, que povoam as encostas como gigantescos cogumelos. A famosa “pedra bolideira” é um dos maiores e sem dúvida o mais interessante desses blocos. Tem forma irregular, achatada com mais de 3 m de altura e cerca de 10 m de comprimento e largura, com a particularidade de pesando várias toneladas ser capaz de se mover, em movimento oscilatório, com um empurrão de qualquer pessoa.
 
Foi deveras divertido ver como todos oscilaram o gigantesco monólito que somente com força das mãos se movia sem parar com perante a força que estes viajantes nela exerciam!
 


 
 
 
Força...!!!!
 
 
 
 
 
 
Força Luís...(risos)!
 
 
Lá ficou ela a abanar...
 
 
A noite começava a cair...
 
 
 
Siga para casa, Lanheses! O amigo Zeca devia estar cansado, foi o que mais abanou a Bolideira...(risos)!
 
 
 
Sobre a viagem de regresso muito pouco haverá a referir, as viagens de regresso correndo bem, são todas e em tudo muito semelhantes, com muita saudade já pairando no ar e normalmente neste trecho de estrada é quando o autor do blogue aproveita para serem feitas as despedidas e os agradecimentos e também o peditório da praxe para o motorista de serviço, que prestou uma vez mais serviço exepcional, que todos decidiram acarinhar e agradecer com oferta generosa e que prontamente agradeceu ao microfone do seu "Moche"! Parabéns Pedro Silva! Excelente! 
 
 
 
 
 
Após um breve pausa na A7 para café e alivio das bexigas mais sensíveis, retomando a marcha e ao microfone do "Moche", Isidoro Cunha e Paraíso de Sousa discursaram evocando o passeio e o autor do blogue para depois, não havendo ninguém que desejasse tomar a palavra ser então a vez do viajante mor, proferir palavras de agradecimento a todos os que o têm acompanhado nestas aventuras pelo Portugal profundo e tão belo, deixar um agradecimento muito especial ao maravilhoso grupo de amigos que na parte de trás fazem a excursão extraordináriamente alegre e divertida e há muito acompanham a aventura na blogosfera deste que aqui estas linhas escreve, para no final deixar um beijo reconhecido a seus pais, que continuam a acompanhá-lo quando este filho parte à aventura rumo ao desconhecido, tremendo orgulho para o autor desta página virtual e no final, agradecimento especial para aquela que continua a ser o seu porto de abrigo a  grande inspiração para esta história linda, Andreia Agra, esposa do autor do blogue!
 
Noite alta o "Moche" chegava a terras de Lanheses, a despedida ao Verão estava feita o "Um Adeus ao Verão" chegava ao fim...
 
 
 
 
 
 
600km de estrada percorridas por hectares de paisagens luxuriantes, muitos monumentos visitados, muita alegria, sorrisos e amizade partilhados, tudo correu como o autor do blogue previra e no final receber o abraço reconhecido dos muitos viajantes que participaram neste adeus ao verão, tornam o autor deste blogue orgulhoso de si próprio por sentir que feliz fez cinquenta e nove valorosos viajantes!
 
 
 
O capítulo Norte e Nordeste está para os passeios turísticos organizados pelo SSVSA, quase, quase, encerrado, ainda existe um último percurso a merecer visita da parte do viajante e o viajante não pára, o viajante não parará nunca até que se finde, e sabe-o, esse será um dos mais belos capítulos a serem cantados aqui no blogue, no entanto, para já fica em modo stand by, quer porque novas paragens mais a sul solicitam a presença e visita do viajante, quer de modo a não saturar e aborrecer os demais viajantes! Os horizontes ampliam-se, a vista alcança, o viajante viaja!
 
O Sul espera o viajante e o viajante anseia por paragens mais a Sul...
 
Agora vem o tempo de restar mais por casa, os dias serão mais curtos, frios e escuros, preparamos a chegada do Outono que entrou precisamente enquanto o autor deste blogue preparava este último tópico sobre o passeio turístico, preparamos a chegada do Inverno, mas, e existe sempre um mas, a viagem, como o autor do blogue muito gosta de afirmar, não termina nunca...
 
 
 
ATÉ JÁ...
 
Um muito agradecido a todos,
 
Sérgio Moreira
 

2 comentários:

  1. Terminada que foi a excelente descrição de "Um Adeus ao Verão", não resisto em deixar aqui os meus parabéns ao Sérgio. Por motivos profissionais não participei nesta "Terceira Viagem", o que foi pena, pois o percurso, que segui atentamente aqui no blog, foi excelente tal como os dois anteriores. Oportunidade para conhecer alguns sítios tão bonitos, num percurso em que o Sérgio não deixou "os seus créditos por mãos alheias". Paciência. Haverá mais!
    Belas imagens e belos textos aqui no SSVSA são um bom complemento para quem participou...e não só!
    Um abraço amigo
    Amaro Rocha

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    1. Tive realmente muita pena (tenho de o desabafar) que um dos principais colaboradores e acompanhantes desta página virtual não tenha participado neste terceiro passeio organizado pelo SSVSA, no entanto tenho ciente de que a vida é mesmo assim, feita de encontros e desencontros, assim como tenho a certeza de que novas aventuras ocorrerão e por certo o meu caro amigo acompanhará o autor do blogue em novas viagens temáticas!

      Grande abraço Amaro

      Sérgio

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