sexta-feira, 4 de julho de 2014

CANHÃO PARA O RIO

Devido à erosão provocada pelos agentes atmosféricos, aliado ao aluimento de terras na margem do Lima provocado pela fúria das águas do mesmo, algumas curiosas formas vão ficando a descoberto tal como o velho tronco de madeira que se posta nas fotografias abaixo. Ao avistá-lo, o autor do blogue logo pensou que se poderia tratar de um outro artefacto de significativa importância histórica, mas uma inspecção mais pormenorizada, revelou a humano olhar um tronco decepado, mesmo ainda preso às raízes, com o cerne completamente desfeito, enterrado durante anos no areal da margem e agora, devido à erosão e em maré baixa, ficando a descoberto. No entanto, no seu lado esquerdo, apresenta um corte regular feito por regular objecto cortante, testemunho de que humana mão ali lhe deixou marcas...

Para que teria servido, ou qual a intenção que lhe queriam dar...? Fica a pergunta! O autor do blogue, apelando à imaginação, prefere atribuir-lhe o significado (imaginado) de um grande canhão, sentinela avançada para o rio, em defesa da aldeia que o acolhe. Lanheses!
















No seu interior...

Se ali existisse um castelo
ao sul da povoação
este exemplar outrora tão belo
seria o seu mais forte canhão.

Sentinela para o rio
o homem lhe deixou marcas
agora, as leis da natureza em desafio
o fazem observar, o navegar de pequenas barcas.

E ali resta prostrado
sobre areia e grosso grão
este tronco tão degradado

que um dia, se não tivera sido decepado,
agora a descoberto no chão
como árvore e em pé, os seus dias, podia ter terminado!

(do autor Sérgio Moreira)



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