Que nenhum filho assista à lenta agonia, que é a de ver um pai aos poucos a falecer...
As palavras consomem!
As palavras gastam
os olhos do homem
que de mim aos poucos se afastam
e deixando vão, de me ver,
deixando vão, de me acariciar,
para em breve esse olhar se cerrar
logo em meu coração sangue a verter
dia a dia
vou assistindo
à tua estóica agonia
e aos deuses pedindo
que se compadeçam de ti
e te levem em paz daqui
te deixem sossegar,
te deixem por fim respirar,
um último suspiro soltar
para quando tudo ao terminar
abraçado a mim, possas enfim descansar!
Como dói assistir à tua agonia
como me tortura ver-te assim
morrendo aos poucos dia-a-dia
até que chegue, não sei quando, o fim...
Admiro a tua coragem
a tua forma serena, esperando o fim,
estóica agonia, herói, minha imagem
deitado no leito da agonia em frenesim!
Não sei se aguentarei
não sei se forças terei
quebrou-se da vida o encanto!
Dói tanto, tanto, tanto!!!
Eu já não sou eu...
Adagio for Strings - Samuel Barber
(do autor Sérgio Moreira)
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