Vejo-te como uma árvore aí plantada
nesse florido e imenso jardim
junto a um rio, alegre esplanada,
rodeada por lindas flores, intenso odor a jasmim!
Enquanto escrevo consigo chorar!
Sentindo o que escrevo,
pondo verbos a dançar,
ao som de uma valsa que descrevo
nesta forma de versejar!
E ao som do piano
que entra agora nos meus ouvidos
me julgo e afasto o desengano
porque em mim tudo são sentidos
tudo em mim cai em fino pano
quando toco em teus ramos tão queridos!
Acho que estou louco
não me tenho sentido bem
a alma, cada dia, de mim vai fugindo um pouco
até que um dia meu corpo, de mim fuja também,
e talvez nesse dia, chorem as aves,
chore a natureza com desdém
metáfora dita em verdades,
porque, a árvore plantada nesse jardim
com o mais doce odor a jasmim
perdeu, tal como as aves, quem a mais queria,
perdido na mais inquieta melancolia
do seu desflorado jardim!
Acho que vou enlouquecendo
a cada dia que passa
ó árvore à beira-rio plantada
faz-me sentir pessoa desejada
afasta de mim a desgraça
com teus ramos me envolvendo!
Oxalá cheia de graça
vida em mim, todos os dias vás fazendo...
(do autor Sérgio Moreira)
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