terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

OSLO TÃO BELA E DE NÓS, TÃO DIFERENTE (3)

Falar de Oslo e não falar de certos museus, não seria de todo, falar de Oslo, nomeadamente museus ligados à história marítima do país e intrinsecamente à sua cidade capital! Tal como nos portugueses, o noruegueses também foram um importante povo de navegadores e exploradores dos mares deste planeta azul. 
Na pequena (quando comparada com outras) península de Bygdoy, junto a Oslo e com ligação por estrada, encontram-se alguns dos museus mais completos, recheados de artefactos históricos, que mostram ao viajante um pouco daquilo que foi a história do país.

É aqui que muitos dos habitantes de Oslo, se dirigem, para praticar desporto, ou até para somente passar o dia entre locais de idílica beleza em comunhão com a natureza. A península é linda, o autor do blogue por ela se passeou, polvilhada por centenas de brancas casas cobertas por telhados negros e onde os seus habitantes vão vivendo o dia-a-dia calmamente. Nas garagens, estacionados, bons carros e junto às mesmas, muitos pares de esquis, desporto-rei aqui por terras do gelo! Nela abundam os arvoredos e espaços, que certamente, na primavera e verão noruegueses, serão verdes, o que lhe dará um encanto especial, não menos perdido, a quem como o autor do blogue, vindo do sul, da Europa latina, nada mais belo lhe pareça ao olhar que o gelado branco da paisagem!

Uma espécie de pequeno oásis gelado!






















Para além dos aspectos arquitectónicos, importa realçar novamente que nesta península, se encontram implantados alguns dos mais carismáticos museus noruegueses e deles o autor do blogue visitou dois, o museu dos barcos vikings e o museu FRAM

No primeiro, ao entrar, para além da confortável e calorosa sensação que é a de se estar num espaço quente, contrastando com o impiedoso frio do exterior, o viajante, logo ali, mal cruza as grossas e pesadas portas de madeira, fica boquiaberto com a fantástica e majestosa figura real que se mostra perante o olhar. Em exposição, o barco desenterrado em Oseberg, portanto com o mesmo nome, um drakkar viking do ano 820, descoberto numa mamoa e enterrado juntamente com o espólio de duas senhoras, que se julga, terem sido naqueles tempos deveras importantes, tal a riqueza e valor dos artefactos achados e desenterrados. Dos seus esqueletos restam alguns ossos que estão em exposição, juntamente com o barco, no museu. Para além deste encontram-se também mais dois barcos em exposição, assim como vários artefactos relacionados com a época, desde têxteis até carroças, ricamente ornamentadas e, utensílios vários, que estes povos usavam no seu dia-a-dia, dando ao viajante a conhecer um pouco da história deste país nórdico.

Os vikings eram prodigiosos navegadores e as suas construções atingiam velocidades fabulosas para a época, com cerca de vinte e dois metros de comprimento e cinco de largura, um mastro com dez metros de altura onde se pendurava uma vela quadrangular com cerca de noventa metros quadrados de pano, este barco assim como outros semelhantes foram postos ao serviço da exploração dos mares e facilmente estes nórdicos chegaram a vários cantos do globo, quer em busca de novas terras, quer em busca de riquezas e bens materiais. A eles associados está a célebre imagem do terror, sempre que à costa se via um drakkar viking, com a sua inconfundível e esguia silhueta, sinónimo para muitas populações à época, de pilhagem e de morte! Mas nem só de lendas se fizeram estes povos, valorosos guerreiros e intrépidos navegadores, notáveis que foram na história da civilização ocidental, mostrando-se ao mundo e ainda hoje, em tempos modernos, como civilizações das mais avançadas em todos os aspectos!

Alguns dos museus e memoriais que se podem visitar na península.


Viking Ship Museum 


Barco de Oseberg





Simplesmente fabuloso







Ao dar um salto no tempo com mais de dez séculos, o viajante deixa o museu, talvez como com o desejo do autor do blogue, o desejo de não mais sair dali, pois ali talvez mais não volte para o olhar se deliciar e apreciar estas históricas construções navais! Fenomenal!

Mas o tempo não perdoa e nestas temáticas relacionadas com o turismo, tudo tem de ser bem planeado pois o tempo escasseia e assim, a pé pelas geladas, embora tão belas, ruelas desta península, o autor do blogue se dirigiu para o outro histórico museu, onde no seu interior descansa um dos mais míticos navios jamais construídos e posto ao serviço da ciência na descoberta e exploração de algumas das paragens mais inóspitas, senão as mais, desta planeta azul! Nele se encerra o navio FRAM, que foi posto ao serviço da exploração dos pólos norte e sul, comandado entre outros, por um dos mais notáveis homens de todos os tempos, Roald Amundsen, explorador e estudioso, símbolo da Noruega e da sagacidade deste povo do norte, primeiro a pôr os pés no pólo sul e primeiro a voar de avião sobre o pólo norte, cruzando o mesmo!


FRAM MUSEUM 


Ao olhar do leitor(a), o edifício pode parecer algo despropositado, mas o autor do blogue explica. Depois de uma carreira notável ao serviço da ciência e da exploração, os noruegueses decidiram que era tempo deste mítico barco repousar, de uma "vida" a enfrentar gelos e correntes marítimas geladas e assim, em doca seca, atracaram o barco e ali por cima dele construíram o edifício, que rasa justamente o topo do mastro mais alto. Obra engenhosa e que ainda mais vem engrandecer este barco já de si grande!


MOAI - Réplica das estátuas encontradas na remota Ilha de Páscoa


Kon-Tiki museum


Estas e outras considerações ficarão para outro tópico, onde se mostrará o FRAM e a despedida a Bygdoy Península. Outros museus se encontram aqui nos arredores, nomeadamente o Norsk Folkemuseum, o Kon-Tiki Museum, associado às descobertas de um outro famoso norueguês, Thor Heyerdahl, que mostrou e provou ao mundo científico a bordo de uma jangada que quem descobriu e povoou os territórios, hoje em dia correspondentes à Polinésia Francesa e Ilha de Páscoa, foram os habitantes da América latina e não os orientais de paragens como Japão, China e outros povos orientais e que na época, a ciência, erradamente proclamava; um memorial sobre o holocausto e o Museu da Marinha Norueguesa, entre outros de menor relevância. O autor do blogue visitou aqueles que mais lhe tocavam, com pena de (talvez) se vir a arrepender, de não ter visitado o Norsk Folkemuseum onde a céu aberto o viajante pode manter estreito contacto com algumas das construções civis usadas desde há séculos na Noruega, usos e costumes dos seus povos. 

Voltando a Oslo, e o autor do blogue voltará, se a vida assim o permitir, este museu a céu aberto não escapará ao seu olhar...


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