quinta-feira, 30 de abril de 2015

NÉVOA

Uma floresta...
dela emerge figura sinistra
de negro vestida, a besta,
a ferrugenta foice ministra
espalhando má sorte
e à sua volta tudo é morte,
tudo é neblina, nevoeiro,
num suspiro derradeiro,
último, como o suspiro primeiro,
abanado pelo vento
como abana a negra capa
preparando o advento
de cada um, a ela ninguém escapa...

Névoa, neblina, morte, desalento!

Avança, escura, calcorreando,
nebulosos prados de erva seca
a foice, carnes cortando,
a quem nesta vida peca
para que vida um dia seja morte
entre denso nevoeiro e neblina forte!

Rosto não se lhe conhece
mesmo quando da neblina, negra, fria, nos aparece!




(do autor Sérgio Moreira)


2 comentários:

  1. Que coisa mais macabra para escrever... nem parece teu.

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    1. Se leres o poema seguinte, vais achá-lo mais luminoso, este contudo, tinha de ser macabro o suficiente...

      Bj...

      Sérgio

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