quarta-feira, 22 de julho de 2015

MORRO DE TANTA SAUDADE!

Apetece-me gritar ao mundo
a falta que me fazes
apetece-me gritar bem cá do fundo
- Ó Deuses, convosco quero fazer as pazes!

Mas não consigo...
Os deuses só me trouxeram...

Tristeza, tormentos,
vida, castigo,
tempestades, ventos!
Eras um porto de abrigo
que se foi,
em cristalinas e verdes águas desapareceu
(como eram os teus olhos)
pelos cornos pego este boi
da dor, quando a vida de ti se desprendeu!


Vives!

Ondas e marés
praia, sol, calor,
carinho, amor,
ancoradouros, os teus pés.

Vives!

Vives em mim
e te tornaste imortal
nas lembranças dos que recordam assim
um pai sensacional
porto de abrigo nu
em pleno oceano de vendaval!

Os Deuses te retiram de mim
mas eu, mesmo assim,
sinto-te em mim
e se uma lágrima fosse um sorriso
como o teu
meu mais querer preciso,
então este mar 
da saudade é teu
por te amar
como sempre te amei
por te desejar 
como sempre meu Pai, desejei!


Dor, confusão mental, desengano,
agora que da tua morte 
tão rápido passou um ano
azar, má sorte,
mais parecendo terem passado mil
maldita doença tão vil!

É verdade..

Não me importa morrer
mesmo querendo a vida viver
que faço aqui meu pai
ao pé de mim sem te ter?

- Quero que vivas!
Dirias tu,
e eu viverei
quanto tempo mais não sei,
mas um facto é verdade
- Pai, de ti, morro de tanta saudade!





(do autor Sérgio Moreira)

Sem comentários:

Enviar um comentário